De Jaime Santos a 10.11.2020 às 00:00
Eu até compreendo a impaciência de quem não quer ficar em casa, mas o problema principal é, muito simplesmente, a pressão sobre os serviços de saúde.
Se o número de hospitalizações ultrapassar a capacidades dos hospitais, não apenas teremos que fazer as escolhas duras que os italianos fizeram em Março e Abril, como teremos aí sim que deixar de tratar doentes com outras patologias, como já está aliás a acontecer, ver a entrevista admirável que Nelson Gonçalves, do S. João, deu aqui atrasado à RTP3.
Ou será que quem se queixa da atenção exclusiva dada à Covid-19 defende que os doentes que precisam de tratamento hospitalar devem ser abandonados? Claro que não defende... Primeiro lida-se com o que é urgente, depois com o que é importante...
O problema fundamental, parece-me, é que há imensa gente incapaz de reconhecer que mesmo a uma sociedade tecnológica como a nossa, não resta outra coisa que não aguentar e esperar por um tratamento e por uma vacina, porque não há recursos que sustenham o crescimento exponencial de uma epidemia, e isto não é só cá, é em todo o lado...