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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
20 de janeiro de 2025
Ciclicamente, tudo o que entendemos ser a base comum do comportamento humano em sociedade, a matriz judaico cristã, em que os valores da solidariedade, da igualdade, o reconhecimento de direitos que fazem de nós seres humanos, transforma-se e desaparece, levando a situações de autoritarismo, de homogeneização num modelo idêntico, como se fossemos máquinas, a uma desigualdade e revolta que nos conduzem, inevitavelmente, ao papel de vítimas e algozes, de oprimidos e opressores.
A ignorância, a frustração, o racismo, o preconceito, o desprezo e desvalorização dos factos que transformam vacinas em opiniões políticas, o laxismo e a pobreza da linguagem, a violência, o deslaçar dos agentes culturais e dos que, quando nada mais há, nos asseguram a sobrevivência, a desqualificação de cada ser humano como único e irrepetível, como criador e executor do que imagina, como um dos pólos da infinita rede que se forma, sempre que se quebra a solidão.
Imigrantes ilegais, que tiveram o azar de nascer na miséria ou se transformaram em penas e pedras perdidas no mundo, gente com força suficiente para arriscar a própria vida, que tenta construir alguma felicidade e aconchego fora do seu país, que tenta conseguir alguma coisa que a transporte para condições mais dignas, mais fáceis, mais macias, têm peste.
Nestes tempos sombrios, os imigrantes são, por definição, criminosos, pelo que se transportam em aviões militares, algemados de pés e mãos. E o mundo que está a ruir vai ruir ainda mais. Não é só Trump, nos EUA, mas todos os governantes de extrema-direita dos países europeus, que deixaram de se envergonhar por dizerem os inimagináveis e perigosos absurdos que papagueiam, com poses de Estado e voz grossa.
Não faltarão ideias velhas, tristes, que querem reduzir a pó quem se lhes opõe: esvaziar Gaza de Palestinianos.
Sim, ele irá fazer o que prometeu. Ele e todos os outros que o têm como professor.
Temos ainda a certeza de que as tecnologias de informação, a nova comunicação, a inteligência artificial, manterão as realidades paralelas que servirem os seus interesses e desígnios. A transformação da inovação num instrumento do mais autoritário e aflitivo que existe – a perda da identidade como indivíduo, a perda da igualdade, da liberdade e a implosão das democracias.
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar [...]
Cantata de Paz
Sophia de Mello Breyner
Será que os americanos dão mais importância à fuga aos impostos que a todas as outras misérias de Trump?
Trump assina decreto para impedir entrada no país de "terroristas islâmicos radicais"
Proibição de Trump afeta até muçulmanos com autorização de residência
Irão reage a decisão "insultuosa" de Trump e proíbe entrada de norte-americanos
Temo que estejamos à beira de um abismo e que nos recusamos a acreditar - estado de negação.
Donald Trump é perigoso, como se demonstra.
O Jornal Económico
Ainda ontem dizia que a administração de Trump ainda vai ser pior do que os nossos receios indicam. E assim parece. Esta foi a primeira conferência de imprensa. Imaginemos o que virá a seguir.
20 de Janeiro de 2017
Amanhã toma posse, como Presidente dos Estados Unidos, alguém que tem mostrado, durante a campanha e depois de vencer as eleições, que não tem a menor ideia da função que vai exercer.
Aqueles de nós que vão de espanto em espanto, com a secreta e adiada esperança de que, logo após a tomada de posse, as coisas possam mudar para melhor, ainda que ligeiramente, assistem assustadas e ainda incrédulas ao desfilar da degradação do que nos habituámos a pensar e ver como o Presidente da maior potência mundial.
Ninguém pode dizer que não sabia ao que ele vinha, pois ele foi e é claro. Não acreditaram, não valorizaram, ou então é mesmo isto que querem.
Amanhã toma posse um intervalo na sanidade mundial. só espero que seja curto e que não faça estragos irrecuperáveis.
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