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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
E o nosso Presidente, sem supresa absoluta (só relativa pois conseguiu mais votos que em 2016), é Marcelo Rebelo de Sousa.
O seu estilo veio para ficar. O mais importante é que é um democrata. Mas a sua hiperactividade e omnipresença vão manter-se, se é que não aumentam. Ontem, na presença do Primeiro-ministro e da Ministra da Saúde, numa visita ao Hospital das Forças Armadas, respondeu a perguntas sobre prioridades de vacinação e etc., como se fosse o Governo inteiro.
A propósito - os governantes só se lembram das Forças Armadas nestas ocasiões, em que os encómios são mais que muitos. Fora de situações de aperto, as Forças Armadas são desprezadas, passando a ideia subliminar que não servem para nada. Convinha, de facto, ouvir o que dizem os militares e tentar ter o seu sentido de servir.
Tal como Ana Gomes serviu a democracia, ao candidatar-se a Presidente da República. Há muitos assuntos em que não concordo com ela, mas admiro-lhe o espírito combativo e a força das suas convicções. Penso que ajudou a mobilizar os eleitores.
Quanto ao resultado do Chega, foi enorme e é assustador. Cabe aos partidos democráticos demonstrar o vazio e a cobardia das ideias que defende. E cabe aos partidos democráticos trabalharem para que ninguém se sinta excluído do nossos regime, da solidariedade e da tolerância.
Nem marmelo nem Marcelo
nem Ventura de martelo
a Marisa não me move
e João não me comove
do Mayan não reza a história
e do Tino nem memória.
É na Ana que acontece
o voto que ela merece.
Ir ao link https://www.recenseamento.mai.gov.pt/
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Tem que levar máscara e caneta.
No domingo vamos VOTAR
No domingo seremos mais que o medo, o egoísmo, a xenofobia, o racismo, a boçalidade, o machismo.
No domingo seremos mais que a pandemia, seremos uma democracia feita de gente inteira, que sabe que é nos tempos mais complicados e escuros que pode fazer a diferença.
No domingo encontraremos a caneta para assinalar a nossa escolha livre, a máscara para protegermos os outros, o gel para nos desinfectarmos de todas as ameaças virais, sejam elas de partículas invisíveis ou de inqualificáveis grunhos que aprenderam bem as lições trumpescas.
No domingo vamos esquecer as queixas, as dores e os isolamentos. No domingo vamos blindar-nos contra os maus presságios.
No domingo vamos vestir todas as cores da vida, vamos ajudar a vencer as adversidades. No domingo seremos nós a decidir.
No domingo – vamos VOTAR!
O que se está a passar nos EUA é inacreditável. Assistimos, em directo, à tentativa de golpe de Estado por parte dos apoiantes de Trump, acicatados por ele.
Espero que não seja um pronúncio do esboroar dos regimes democráticos. Convém pensar bem, antes de achar graça ao voto de protesto nestes movimentos e nestas criaturas, nomeadamente André Ventura. É que eles não têm mesmo graça nenhuma.
Foi verdadeiramente hercúleo o esforço que fiz para assistir ao inacreditável espectáculo de ontem, na TVI, em que um paineleiro futebolístico, uma pseudo moderadora de debates e um candidato a Presidente, tentando manter a todo o custo uma postura minimamente educada, ocuparam 30 minutos da mina atenção.
Um vómito é a forma mais rigorosa de descrever o que fui sentindo.
Arruaceiro, mal educado, populista, o inacreditável Ventura falou aos gritos por cima de tudo e de todos, lançando as mais famosas e, infelizmente, populares frases das tertúlias de cafés, viagens de táxis e estádios de futebol, caseiros ou públicos.
E é este um exemplo de candidato presidencial. É este um dos indivíduos que quer chegar ao poder:
Não deveríamos ter que perder tempo com semelhante pessoa mas, infelizmente, ele aí está. Ainda por cima todos os outros deputados o estão a levar ao colo, ao deixarem que use e abuse do seu auto satisfeito estatuto de vítima, quando o impedem de suspender o mandato de deputado para fazer campanha. Por muito que custe ouvi-lo, fazer com que branda o argumento de que o tentam calar é a forma mais rápida de lhe angariar o rótulo das verdades que eles não querem deixar o povo ouvir.
Triste e assustador. Pensávamos que estávamos imunes a este fenómeno, mas não estamos. O PSD e o CDS a caminho da irrelevância e o crescimento do Chega, são um destino que só evitaremos se tivermos grande capacidade de desmentir e desmontar tudo o que diz e representa - o pior que há em cada um de nós e na sociedade que formamos.
As próximas eleições presidenciais arriscam-se a ser uma desresponsabilização total, por parte da população, de um acto extremamente importante nos sistemas democráticos. Para isso contribuem as diversas crises que nos têm assolado e depauperado, a pandemia e o medrar dos populismos, que a abstenção alimenta.
A cerca de um mês do fim do prazo para a finalização das candidaturas, Marcelo Rebelo de Sousa vai fazendo campanha a coberto do seu cargo, sem ter ainda formalizado a sua recandidatura. Não havia necessidade.
Os restantes candidatos têm a árdua tarefa de mobilizar um eleitorado descrente, desmotivado e alheado, encolhendo os ombros a mais esta eleição, a que não dão qualquer importância.
E no entanto, prevendo as enormes dificuldades económicas e sociais, para não dizer políticas, que se avizinham, a legitimação de um Presidente com uma grande afluência às urnas seria fundamental para que os cidadãos se pudessem rever no seu representante.
A democracia não é um assunto dos políticos. É um assunto de todos. No momento em que deixarmos de acreditar nisso abrimos as portas à instalação de ditaduras e à entrega do poder a gente inqualificável.
Muito me separa de muitas posições e opiniões de Ana Gomes. Mas aplaudo a sua candidatura presidencial.
Nunca acreditei na candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Depois não acreditei na sua vitória. Depois espantei-me com a sua capacidade de serenar, apaziguar e descrispar a nossa sociedade e da forma como prestigiou o cargo presidencial após a desgraça fúnebre do Excelentíssimo Aziúme.
Mas Marcelo Rebelo de Sousa tem tido ultimamente intervenções, das demasiadas que ao longo do mandato se multiplicaram, em que se esquece (verdadeiramente ou estrategicamente) que não é para comentador nem para professor que o cargo de Presidente da República existe.
É indispensável que haja debate político. Ana Gomes é muito bem vinda.
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