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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Governou durante mais ou menos 1 mês, não sei se demorou mais ou menos que uma alface fresca
Mariana Mortágua - BE
Vamos a Votos - Antena 1 (a partir mais ou menos dos 07:30 minutos)
Não tenho problema de assumir publicamente que a prioridade máxima são os jovens portugueses, os filhos de Portugal
Luís Montenegro - AD
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Há muitos anos, mais precisamente 47, houve um concurso televisivo que se chamava A Visita da Cornélia.
Vários pares de candidatos aos prémios tinham que fazer provas, das mais diversas, sendo avaliados por um júri, que dava notas.
Temos, agora, a renovação deste género de consursos - A Visita dos Candidatos. Os júris são diferentes, consiante os meios de informação, mas tudo o resto é semelhante. Os candidatos cumprem as provas, cada vez mais histriónicas e disparatadas, mas o espetáculo tem que continuar.
Entrudo - aldeias do xisto de Góis
É mesmo um Carnaval, ao que vamos assistindo.
Em vésperas de eleições, os bailes televisivos são feios, cacofónicos, inúteis, tristes, dispensáveis. Nem as máscaras são novas, nem bem feitas, nem vistosas. Apenas velhas, defeituosas e assustadoras.
Ouvem-se palavras e ideias, palavras sem ideias e ideias verdadeiramente inomináveis. Parece que, de repente, todos nos transformámos em gente grosseira, sem princípios nem valores, de uma estreiteza de vistas difíceis de compreender.
De tudo se faz tábua rasa - militares e paramilitares a fazer greve e filiados em partidos? Por que não? Ameaças de boicote às eleições? Qual o problema? Criminalizar os imigrantes sem autorização de residência? Os malandros que nos andam a tirar empregos e a islamizar?
As guerras na Ucrânia e israelo-palestiniana? Não têm interesse nenhum. O que é importante é o leilão das medidas, sem qualquer base estratégica, sem qualquer noção do que se quer, do rumo e do investimento (não só financeiro) que se entende melhor para o futuro.
Infelizmente, o Entrudo não acaba amanhã. Estaremos em corso sem paragem pelo menos até 10 de março. Em Portugal, nos EUA, na Europa. Mais tarde ou mais cedo, virá a Quaresma.
Os acontecimentos da última semana em Portugal, em que um Parlamento eleito há cerca de 1 ano, com uma maioria absoluta que suporta um governo, é dissolvido por causa da queda do mesmo, são muito preocupantes.
António Costa pede a demissão após as diligências resultantes de investigações a membros do seu governo, envolvidos em supostos casos de corrupção, assim como a existência de suspeitas relativas ao seu próprio comportamento, por ter sido mencionado em escutas telefónicas.
O Presidente aceita a demissão, resolve dissolver a Assembleia da República e marcar novas eleições, mantendo o governo e o Primeiro-ministro em funções, até à aprovação do OE para 2024.
Era mesmo necessário que fosse António Costa a assegurar o governo, já demitido? Não seria possível a Ministra Mariana Vieira da Silva, Ministra da Presidência, ou qualquer outro dos Ministros, assumir o governo até às eleições?
O comportamento e a morosidade da Justiça em todo o nosso período democrático não é de molde a tranquilizar ninguém. Seja qual for o desfecho, o facto é que houve uma intervenção da Justiça no normal funcionamento das Instituições.
Não havia alternativa às eleições antecipadas. Resta-nos esta esperança: a democracia encontrará um caminho (*).
(*) Life finds a way
(...) As escolas abrem sem professores, os hospitais não conseguem responder ao aumento da procura, as entidades públicas não conseguem atrair nem reter quadros qualificados devido aos baixos salários que oferecem, os jovens não conseguem viver nas grandes cidades, os estudantes deslocados e/ou de baixos rendimentos não suportam os custos de frequência do ensino superior, os transportes públicos falham diariamente por avarias e falta de material e o investimento público está há uma década em níveis historicamente baixos. Apesar disto tudo, é com regozijo que nos anunciam que o Estado poupa mais do que promete. (...)
(...) Se em vez dos 0,4% alcançados em 2022 o Governo tivesse reduzido o défice para 0,9% do PIB – um valor, em qualquer modo, muito abaixo da meta estabelecida no OE (1,9%) –, teria libertado para a economia e para a sociedade cerca de 1,2 mil milhões de euros. Uma verba adicional destas daria, por exemplo, para aumentar o investimento em 500 milhões (ficando ainda assim abaixo do orçamentado), aumentar os salários da função pública em 1,9% (em vez de apenas 0,9%, muito abaixo da inflação registada), mais do que duplicar as verbas da acção social escolar do ensino superior, reintroduzir os estágios remunerados para novos professores dos ensinos básico e secundário (que em tempos ajudavam a atrair recém-licenciados para a profissão) e ainda reservar 300 milhões de euros para recuperar cirurgias em atraso no SNS. (...)
Ricardo Paes Mamede, Público, 25/09/2023
Depois de tão importante, grave, vinagrenta e impositiva intervenção da nossa tão Excelentíssima e Saudosíssima Mostrengueira (de mostrengo, aquele que está no fim do mar e que na noite de breu se ergueu a voar), é indispensável que se divulguem alguns gráficos de indicadores, retirados da PORDATA, entre 2014 e a actualidade, para vermos a desgraça do País depois de tão excelsa figura, juntamente com PPC, terem abandonado o poder (2016 e 2015, respectivamente).
Não esquecer que houve uma pandemia em 2020 e 2021 e que a invasão da Ucrânia se iniciou em Fevereiro de 2022, com as respectivas repercussões.
A propósito de um artigo que apenas li hoje, no Expresso, de Joana Ascenção e Sofia Miguel Rosa, sobre a partilha da licença de parentalidade, fui reler algumas coisas que eu própria tinha escrito sobre o mesmo tema, em 2008! Passaram-se 14 anos.
Depois, porque estava no mesmo grupo de artigos que apareceram com a palavra licença, li também um texto sobre as notícias da saída de médicos do SNS para o privado. Esse texto é de 2009, portante de há 13 anos.
É extraordinário como os problemas se eternizam, sempre com grandes artigos cheios de opiniões, sentenças e, supostamente, novidades, que têm tudo menos o facto de serem novas. Catorze e treze anos depois, continuam as mesmas discussões, sem que nada de diferente se tenha realizado, sem que qualquer solução se tenha implementado.
Estamos condenados a uma ruminação permanente. De quando em quando regurgitamos as nossas doutas sapiências.
Tal como vem sendo habitual, nada como os meus vaticínios eleitorais para não se cumprirem.
Eu, que estava convencida de que iria haver uma enorme disputa no primeiro lugar, entre PS e PSD, assisti estupefacta à maioria absoluta do PS, numas eleições que tinham tudo para resultar na penalização de quem governa há 6 anos, com uma gestão dificílima da pandemia desde o início de 2020.
Mas a verdade é que o eleitorado castigou, precisamente, os partidos que, mais uma vez, resolveram fazer parte do problema e não da solução. Inclusivamente, destruíram-na por muitos e longos anos. Ninguém percebeu as razões do BE e da CDU, porque elas são inexistentes.
O que o eleitorado disse foi que queria um governo de esquerda responsável e estável. As sondagens falharam redondamente, mas talvez tenham mobilizado o eleitorado, levando mais gente a votar.
Infelizmente houve um vaticínio em que não me enganei: a ascensão da extrema-direita. Isso e o desaparecimento do CDS, tal como a subida da IL.
Temos agora um governo para 4 anos, com total e completa responsabilidade pela política que implementará. Estamos todos ansiosos pelo recomeçar após pandemia, melhorar e mudar, em tudo o que é imperativo e urgente. Que a confiança depositada em António Costa seja um seguro para que tudo corra bem.
Acho que o merecemos.
Votar é seguro.
Não haverá pestes que nos peguem nem que espalhemos. Não haverá alienígenas nanométricos que nos matem, nem que nos empapem o cérebro.
Depois da inexcedível reflexão a que estamos sujeitos, grave e alegremente omnipresente no dia de hoje, mesmo para quem já votou, que pode sempre reflectir em como devia ter votado de outra forma, podemos pegar no escafandro e ir exercer o nosso direito e dever.
Podemos munir-nos de canetas, máscaras, viseiras, chapéus, luvas, mantas, plásticos, podemos levar biombos, o que melhor impedir de deixar o medo entrar.
Que o medo é bem mais perigoso que vírus, bactérias ou fungos. O medo é o que mais rápida e profusamente nos domina.
O medo mina a democracia.
Ao Voto!
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