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E se fosse reduzido o horário de trabalho semanal?
E se as reformas fossem incentivadas um pouco mais cedo?
Não seria uma forma de melhorar o demprego e reanimar a economia?
CEO ganham mais 40% em três anos. Trabalhadores ficam na mesma
Esta notícia saiu ontem e, ao contrário das indignações e revoltas diárias nas redes sociais, ou dos comentadores vituperativos e eloquentes nas televisões e rádios, ninguém pareceu ligar qualquer importância (com a excepção do Nicolau Santos, que se referiu a ela hoje nas Contas do Dia, na Antena 1).
Quando há crise e as empresas deixam de ter lucros e têm prejuízos, os ordenados dos dirigentes mantêm-se e despedem-se trabalhadores. Quando os lucros das empresas aumentam, sobem-se as remunerações dos dirigentes deixando-se as dos trabalhadores iguais. Tantas declarações quanto à necessidade premente, urgente ou mesmo emergente de reduzir as desigualdades, de combater a pobreza, de redistribuir a riqueza, e ninguém se envergonha com esta cultura empresarial.
Claro que temos coisas muito mais importantes a discutir - o Sporting, o Benfica, o futebol - todos os telejornais abriram com o último drama do Sporting.
É muito importante comparar a postura de José Gomes Ferreira na entrevista que fez a António Costa, a 07/06/2017, em relação à interpretação dos números do défice.
No quadro que apresenta (às 18:26) para justificar o governo da PAF e demonstrar o quão bom tinha sido por reduzir o défice desde 2011, não se vislumbram os resultados devidos às intervenções no Novo Banco em 2014 (7,3%) e no BANIF em 2016 (4,4%).
gentilmente cedido por A. Teixeira
Agora José Gomes Ferreira, como o governo é da Geringonça, defende veementemente que o impacto da capitalização da CGD tem que ser incluída no défice - 3%.
E é assim que se faz comentário político, disfarçado de técnico, na televisão, sem contraditório.
2016
2017
Não pesquisei antes de 2016, mas nestes 2 últimos anos Bruxelas tem falhado todas as previsões.
2018
Qual é a novidade, então?
Ninguém se lembra dos falhanços anteriores?
Marques Mendes anuncia crescimento da economia acima de 3%. A seguir o INE apura 2,8% também no 3º trimestre. Logo:
PSD: "Crescimento ficou aquém das previsões, mas continua a ser positivo"
Pelo que me lembro, as previsões do governo eram de um crescimento de 1,8%, que tem sido superado trimestre a trimestre. Aquém de Marques Mendes? A desvergonha do PSD não tem fim.
Ainda me consigo surpreender com a falta de vergonha da ex-PAF. A era da pós-verdade, da mentira ou iniquidade, tanto faz, tem adeptos ferrenhos em Portugal.
Como é possível, depois de tudo o que se passou com o BES, Novo Banco, vende não vende, Sérgio Monteiro, etc., Assunção Cristas e Luís Montenegro tenham feita as declarações desavergonhadas que fizeram?
Não há quem não concorde que a solução é má,mas também parece que é a menos má de todas. É bom não esquecer que o ex-governo do PAF (e a Troika) escamoteou e escondeu os problemas da banca, pelo que o mínimo que se poderia esperar era um silêncio prudente e discreto.
Compreendo e comungo das críticas em relação ao facto de não ser lícito considerar criminosos fiscais todos os que tenham contas no banco com mais de €50.000.
Mas espanta-me que não tenha assistido a uma comoção tão grande de cada vez que se anunciam medidas de cruzamento de dados de todos os tipos e feitios para quem se habilita a receber qualquer apoio social, para ver se não está a ludibriar o Estado e todos os bons cidadãos pagadores de impostos.
Nesse caso vale (ou valia) tudo, até somar as remunerações da família inteira para ver se os magros rendimentos justificam o retirar de algum subsídio.
O terrível e triste desperdício que foi a governação da Troika e da coligação PSD/CDS serão algumas das conclusões do estudo da Fundação Manuel dos Santos - Portugal desigual. Os jornais adiantam que os pobres, os jovens e as pessoas mais qualificadas foram aqueles que mais perderam com a crise. Hoje 1 em cada 5 portugueses vive com menos de 422 euros.
A desigualdade aumentou muito durante estes anos e quem menos perdeu foi precisamente o pequeno grupo de pessoas mais ricas. Isto não é populismo, é a realidade. Por isso, quando ouço falar de imóveis no valor de 600.000 euros facilmente adquiridos por quem pertence à classe média, sinto que a falta de vergonha não tem limites.
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