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Da esperança que nos sustém

Discurso de aceitação de Kamala Harris

por Sofia Loureiro dos Santos, em 07.11.24

O meu coração está cheio hoje, cheio de gratidão pela confiança que depositaram em mim, cheio de amor pelo nosso país e cheio de determinação. O resultado destas eleições não é o que queríamos, não é aquilo por que lutámos, não é aquilo em que votámos, mas ouçam-me quando digo que a luz da promessa da América arderá sempre, enquanto nunca desistirmos e enquanto continuarmos a lutar.

Ao meu querido Doug e à nossa família, amo-te muito. Ao Presidente Biden, obrigada pela fé e apoio. Ao Governador Walz e à família Walz, sei que o vosso serviço à nossa nação vai continuar. E à minha extraordinária equipa, aos voluntários que deram tanto de si, aos membros das mesas de voto e aos funcionários eleitorais locais, agradeço-vos. Agradeço-vos a todos.

Estou muito orgulhosa da corrida que fizemos e da forma como a fizemos – e da forma como a fizemos. Ao longo dos 107 dias desta campanha, tivemos a intenção de construir comunidades e coligações, juntando pessoas de todos os quadrantes e origens, unidas pelo amor ao país, com entusiasmo e alegria na nossa luta pelo futuro da América.

E fizemo-lo com a consciência de que todos temos muito mais em comum do que aquilo que nos separa atualmente. Sei que as pessoas estão a sentir e a viver uma série de emoções neste momento. Eu percebo, mas temos de aceitar os resultados destas eleições. Hoje cedo, falei com o Presidente eleito Trump e felicitei-o pela sua vitória. Disse-lhe também que o ajudaremos a ele e à sua equipa na transição e que nos empenharemos numa transferência de poder pacífica.

Um princípio fundamental da democracia americana é que, quando perdemos uma eleição, aceitamos os resultados. Este princípio, tal como qualquer outro, distingue a democracia da monarquia ou da tirania, e qualquer pessoa que procure a confiança do público deve honrá-lo. Ao mesmo tempo, na nossa nação, devemos lealdade não a um presidente ou a um partido, mas à Constituição dos Estados Unidos, e lealdade à nossa consciência e ao nosso Deus. A minha lealdade a estes três princípios é a razão pela qual estou aqui para dizer que, embora conceda esta eleição, não concedo a luta que alimenta esta campanha, a luta pela liberdade, pela oportunidade, pela justiça e pela dignidade de todas as pessoas, uma luta pelos ideais que estão no coração da nossa nação, os ideais que reflectem a América no seu melhor. Essa é uma luta de que nunca desistirei.

Nunca desistirei da luta por um futuro em que os americanos possam perseguir os seus sonhos, ambições e aspirações, em que as mulheres da América tenham a liberdade de tomar decisões sobre o seu próprio corpo e não tenham o seu governo a dizer-lhes o que fazer. Nunca desistiremos da luta para proteger as nossas escolas e as nossas ruas da violência das armas.

E na América, nunca desistiremos da luta pela nossa democracia, pelo Estado de direito, pela igualdade de justiça e pela ideia sagrada de que cada um de nós, independentemente de quem somos ou de onde começámos, tem certos direitos e liberdades fundamentais que devem ser respeitados e defendidos.

E continuaremos a travar esta luta nas urnas de voto, nos tribunais e na praça pública, e também a travaremos de formas mais silenciosas, na forma como vivemos as nossas vidas, tratando-nos uns aos outros com bondade e respeito, olhando na cara de um estranho e vendo um vizinho, usando sempre a nossa força para erguer as pessoas e lutar pela dignidade que todas as pessoas merecem. A luta pela nossa liberdade vai exigir muito trabalho. Mas, como sempre digo, gostamos de trabalho árduo, o trabalho árduo é um bom trabalho. O trabalho árduo pode ser um trabalho alegre. E a luta pelo nosso país vale sempre a pena. Vale sempre a pena.

Para os jovens que estão a assistir, é normal sentirem-se tristes e desiludidos, mas saibam que vai correr tudo bem. Na campanha, eu costumava dizer que quando lutamos, ganhamos. Mas o que se passa é o seguinte: por vezes, a luta demora algum tempo. Isso não significa que não vamos ganhar. Isso não significa que não vamos ganhar. O importante é que nunca desistam. Nunca desistam. Nunca deixes de tentar fazer do mundo um lugar melhor. Tu tens poder. Tens poder, e nunca dês ouvidos quando alguém te diz que algo é impossível porque nunca foi feito antes.

Têm a capacidade de fazer um bem extraordinário no mundo. E assim, para todos os que estão a assistir, não desesperem. Esta não é uma altura para levantar as mãos. Este é um momento para arregaçar as mangas.

É altura de nos organizarmos, de nos mobilizarmos e de nos mantermos empenhados em prol da liberdade, da justiça e do futuro que todos sabemos que podemos construir juntos. Muitos de vós sabem que comecei como procurador e, ao longo da minha carreira, vi pessoas nos piores momentos das suas vidas, pessoas que tinham sofrido grandes danos e grande dor e que, no entanto, encontraram dentro de si a força, a coragem e a determinação para tomar uma posição, para lutar pela justiça, para lutar por si próprias, para lutar pelos outros. Por isso, que a sua coragem seja a nossa inspiração. Que a sua determinação seja a nossa carga.

E termino com isto: há um adágio que um historiador apelidou de lei da história, verdadeira para todas as sociedades ao longo dos tempos: só quando está suficientemente escuro é que se podem ver as estrelas. Sei que muitas pessoas sentem que estamos a entrar numa época sombria, mas, para bem de todos nós, espero que não seja esse o caso. Mas é o seguinte, América, se assim for, vamos encher o céu com a luz de mil milhões de estrelas brilhantes, a luz do otimismo, da fé, da verdade e do lema da Universidade de Howard, Veritas et Utilitas, (“Verdade e Serviço”).

E que esse trabalho nos guie, mesmo perante os contratempos, em direção à extraordinária promessa dos Estados Unidos da América, agradeço-vos a todos. Que Deus vos abençoe, e que Deus abençoe os Estados Unidos da América.

Expresso

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publicado às 10:44

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Google (17:40 de 06/11/2024)

 

Há uma trilogia do realizador canadiano Denys Arcand, cujo primeiro filme é de 1986, o segundo de 2003 e o último de 2007, em que os títulos são para mim, a imagem dos EUA.

A inegável e estrondosa vitória de Trump nestas eleições convoca-nos para o que aí vem e para tentar perceber como foi possível chegar até aqui. Não faltarão explicações de comentadores e especialistas, políticos, politólogos e jornalistas. Para mim é incompreensível.

Como é possível um indivíduo que acicata o ódio, que é criminoso, vigarista, mentiroso, ignorante, racista, misógino, xenófobo, boçal, enfim, tudo aquilo que rasga, deslaça e divide as sociedades, tudo aquilo que estávamos habituados a considerar características inaceitáveis em qualquer ser humano, é eleito, pela segunda vez, Presidente dos EUA.

Que é feito dos valores de sã convivência que enformam o mundo ocidental do pós-guerra, o civismo, a cidadania, a humanidade, a solidariedade, a empatia, a defesa dos mais frágeis, a inclusão, a tolerância, a democracia, a liberdade? O mais assustador não é a existência de pessoas como Trump, é a quantidade de eleitores que nele depositam a sua confiança e nele votam, que concordam com o que ele diz, que comungam da sua ideologia. O mais assustador é observar, impotente, ao alastrar do trumpismo pela Europa e pelo mundo, assistir ao crescer e ao espalhar da extrema direita, cada vez mais forte e mais agressiva.

Putin e todos os ditadores que se prezam, tal como os seus aprendizes e admiradores, não tardaram a saudar a vitória de Trump.

Kamala Harris, ao contrário do que ouvi repetir vezes sem conta, não deixou de anunciar medidas concretas, não deixou de mostrar qual o plano económico que defendia, não deixou de pugnar pela decência, pela salubridade da vida e do serviço público. Os democratas lutaram, mas parece que já não há armas para vencer este tipo de batalhas.

Trump ganhou a Presidência, o Senado e o controlo da Câmara dos Representantes. Trump teve mais votos, no total, que Kamala Harris. Veremos o que vai acontecer nos EUA, na Europa e no resto do mundo.

Mas o título que me surge é mesmo A Idade das Trevas.

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publicado às 17:36

A escolha entre a decência e a indecência

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.11.24

o principio da incerteza 03_11_2024.jpg

O Princípio da Incerteza (03/11/2024)

Subscrevo totalmente as afirmações de Alexandra Leitão (a partir dos 38:02 minutos).

É exactamente isso.

Esta é uma escolha entre valores, aqueles que nos enformam e para os quais não imaginaria que se suscitassem dúvidas.

A democracia e a liberdade, os direitos humanos, os direitos das mulheres e o racismo e a xenofobia, a mais que exigível urbanidade e a total boçalidade.

O que me assusta é a normalização e a equiparação entre as duas candidaturas, para não falar do facto de ser possível haver uma segunda candidatura de Trump, mais ainda de haver tanta gente disponível para votar nele e ainda menorizar Kamala Harris, mentindo reiteradamente pelo mantra da falta de projecto político, pela negação das propostas que tem.

Este é um dia definidor das próximas décadas, para os EUA, para a Europa e para o Mundo.

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publicado às 11:25

A próxima Presidente dos EUA

espero

por Sofia Loureiro dos Santos, em 03.11.24

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publicado às 14:20

Se tivesse um voto

por Sofia Loureiro dos Santos, em 01.11.24

the economist kamala.jpg

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publicado às 20:49

Para além da minha compreensão

por Sofia Loureiro dos Santos, em 01.11.24

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publicado às 20:37

O inimaginável

por Sofia Loureiro dos Santos, em 01.11.24

Isto é gente de Trump, nos EUA, hoje em dia (a partir dos 39 segundos).

Parece mentira, mas não é.

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publicado às 20:27

O ocaso da democracia americana

por Sofia Loureiro dos Santos, em 26.10.24

kamala_townhall.webp

Esperança

O que se está a passar nos EUA, em relação à próxima eleição presidencial, é não só espantoso como assustador.

Na realidade, como já vários media fizeram ver, a forma como se avalia as campanhas não é a mesma, nem é justa, nem equilibrada. O que se exige de Kamala Harris e de Tim Walz é completamente diferente do que se exige a Trump e Vance. Na verdade, tudo o que Kamala Harris diz é escrutinado e dissecado, havendo sempre quem diz que não responde, que não tem ideias, etc. Trump pode dizer o que lhe apetece, as coisas mais boçais, sem vergonha e demonstrativas da sua falta de carácter e da sua mente distorcida e ditatorial, ignorante e demente, que ninguém lhe exige respostas.

Uma enorme quantidade de anteriores colaboradores de Trump já vieram dizer que será um perigo para os EUA e, acrescento eu, para a Europa e para o mundo, um novo mandato presidencial de Trump.

Será que ninguém acredita no que dizem? Será que ninguém acredita no que ele próprio diz?

Finalmente, os donos dos jornais proíbem-nos de tomar partido por Kamala Harris. E Trump ainda não ganhou!

Mas que mundo este que estamos a preparar.

 

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publicado às 14:45

A escolha da democracia

por Sofia Loureiro dos Santos, em 03.10.24

Depois deste fim do debate entre Vance e Walz, por muito polido e bem falante que tenha sido Vance, nada pode justificar o voto em Trump. A verdade é que Trump não aceitou os resultados eleitorais de 2020 e, se tivesse sido Vance o Vice-Presidente, a democracia não tinha prevalecido.

Nunca entenderei a dúvida entre a escolha da democracia e a escolha da mentira, da vigarice e do crime.

Debate entre Tim Wlaz e JD Vance

2 de outubro 2024

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publicado às 12:40

Kamala Harris e Trump

A diferença

por Sofia Loureiro dos Santos, em 28.09.24

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publicado às 10:48


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