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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
É necessário votar
Em qualquer coisa ou alguém
O que é preciso é votar
Não importa em quem
Se é assim ou assado
Se é frito ou se é cozido
Se é novo ou repescado
Virgem ou reconduzido
Pode até ser em ninguém
Ou cruzar mais do que um voto
Sem querer ficar aquém
De um jogo de totoloto
Votar mesmo sem vontade
Votar mesmo sem querer
Votar pela nossa cidade
O que é preciso é escolher
Mais uma vez a agenda política é marcada pelo jornalismo do Expresso, que divulga um suposto relatório das "Secretas Militares" sobre Tancos, em que o ministro da Defesa e o General Rovisco Duarte seriam arrasados.
Passos Coelho e Assunção Cristas, tal como o Presidente da Comissão de Defesa, Marco António Costa, sem terem aprendido nada com o caso das listas de mortos de Pedrógão Grande, apressaram-se a criticar o governo e o Primeiro-ministro.
Já todos os supostos envolvidos na autoria de tal relatório desmentiram a sua existência. Mas isso não interessa. Em plena semana de campanha eleitoral para as autárquicas, mais uma vez tudo vale.
O Expresso é um actor activo, consciente ou não, do enterramento da credibilidade informativa. Se é que ainda alguém acredita nela, o Expresso apressa-se a desfazer todas as ilusões.
A vitória de Isaltino Morais em Oeiras significa que os habitantes do Concelho de Oeiras acham que não se deve olhar a meios para atingir os fins.
Como não posso falar de boas notícias em Oeiras, falo das óptimas notícias que são as derrotas de Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres e Narciso Miranda.
Posso também falar das excelentes notícias que são a vitória de António Costa, em Lisboa, e a derrota de Santana Lopes, também em Lisboa.
Depois há a vitória do PS, a nível nacional que, até agora (faltam 926 freguesias por apurar), ganhou mais mandatos nas Câmaras, nas Assembleias Municipais e nas Assembleias de Freguesia.
Ainda bem.
Não quero acrescentar mais nada a este excelente post, que reproduzo integralmente.
Estas eleições parece que não existem, de tal maneira estão entaladas entre as legislativas e a formação do governo.No entanto são tão importantes como as primeiras.
Em Oeiras assumem, na minha perspectiva, uma importância que transcende o acto eleitoral e o executivo autárquico que dele resultará. É um teste à aceitação cultural, por parte dos habitantes de Oeiras, dos valores de justiça e de honradez.
Custa-me a perceber como é que uma pessoa condenada a 7 anos de cadeia por corrupção tenha a audácia de se candidatar a Presidente da Câmara. Mas é-me totalmente incompreensível a sua iminente eleição, a confirmarem-se os resultados das últimas sondagens.
A vitória do candidato Isaltino Morais é a vitória daqueles que, se pudessem, cometeriam abusos no exercício de cargos públicos, embora todos os dias vociferem contra os políticos, que apelidam de grandes corruptos.
Leio em vários sítios esta sondagem em relação às eleições autárquicas de Oeiras e envergonho-me:
Quando todos se queixam de que os políticos são uns corruptos é bom que pensem muitas vezes. Pelo menos em Oeiras a população gosta de votar num indivíduo que foi condenado por um colectivo de Juízes a 7 anos de prisão.
Significa que quem vota nele só não faz igual porque não pode.
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