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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
1.
Crescemos em poemas trilhados de plenitude
os nossos olhos virados para dentro
nas mãos traçadas de infinito
escolhos do quotidiano embaraços de existir
secretas armas de arremesso
geminadas de contrários tórridos e celestes.
Crescemos plenos de incertezas e agruras
na terra as sementes do fortuito desempenho
no amor que espalhamos no amor que trituramos
debulhadas as arestas na suavidade das manhãs
protegidos pela dolência dos poemas
alimento e mortalha da vida que lavramos.
2.
Já me atirei contra o tempo
desfeita de névoa e espuma.
Agora encolho e definho
para que o tempo se resuma
e me consuma
no caminho.
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