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Roto Madrid*

Madrid quebrada

por Sofia Loureiro dos Santos, em 17.10.24

El puente

 

Si me dicen que estás al otro lado

de un puente, por extraño que parezca

que estés al otro lado y que me esperes,

yo cruzaré ese puente.

Dime cuál es el puente que separa

tu vida de la mía,

en qué hora negra, en qué ciudad lluviosa,

en qué mundo sin luz está ese puente,

y yo lo cruzaré.

[Amalia Bautista]

 

Se me disserem que estás do outro lado

de uma ponte, por estranho que pareça

que estejas do outro lado e que esperes por mim,

eu atravessarei essa ponte.

Diz-me qual é a ponte que separa

a tua vida da minha,

em que hora negra, em que cidade chuvosa,

em que mundo sem luz está essa ponte,

e eu a atravessarei.

[Tradução minha]

 

Madrid teve sempre uma sonoridade particular, quase como um slogan publicitário – Madrid me encanta. Grande, espaçosa, próspera, uma cidade de promessas e de esperanças.

Já há muito que tínhamos planeado esta visita, mais que uma viagem, uma visita. Já cá tínhamos estado há uns anos, e recordo as longas avenidas um enorme museu do Prado, um extensíssimo Parque do Retiro, mas pouco mais.

Neste momento, quando a palavra faz ressonância em mim, surge-me de imediato Roto Madrid*, o nome de um livro de Amalia Bautista, de que tanto gosto. Madrid quebrada, Madrid partida.

Aterrei após um voo rapidíssimo, muito mais rápido do que as horas de espera no Aeroporto de Lisboa, numa sala pequena, atulhada de gente e quase sem cadeiras para que as pessoas se sentassem.

Madrid-Barajas é grande. Tentei trazer o mínimo de bagagem e planear o máximo que pude, para que não me perdesse ou não me baralhasse, pois a minha distração e a minha falta de orientação são famosas e bem reais. Mas agora tenho que me bastar a mim própria.

Correu bem. Mal cheguei fui informada pelo meu anfitrião que íamos jantar ao 29 Fanegas (em Português 29 Alqueires). Pousei a bagagem no alojamento encontrado e, com o telemóvel e o google maps que passaram a ser os meus guias permanentes, lá fui aquilo que pensava serem 17 minutos de distância, a pé.

Foram 30 minutos. Vá lá que não estava frio. Comemos muito bem, muito bem mesmo, várias coisitas antes e uma ternera que se desfazia na boca!

Voltámos também a pé, o que faz as delícias da minha PT, sempre pronta a grandes trrrrrrrrrreinos seja onde for! Depois de um grande beijo ao meu querido anfitrião, achei melhor ir dormir. O próximo dia seria mais cansativo.

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publicado às 14:39



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