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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Chegámos a Ronda com a ideia de passar por uma livraria, pois tinha acabado de ler o livro que me acompanhava desde o início destas parcas férias – Terra Alta, de Javier Cercas.
Livro bastante interessante, que marca uma incursão de Javier Cercas na literatura policial, com a assinatura de um novo herói – Melchor Marín. Não foi dos que mais gostei, embora me tenha prendido do princípio ao fim. Personagens bem marcadas e marcantes, enredo bem desenvolvido e credível. O fim foi um pouco forçado. Dá a sensação que Javier Cercas se cansou do livro e resolveu despachar a conclusão.
Como tenho lido pouco, porque chego ao fim do dia como se me tivessem desbastado a superfície com raladores de cenouras e mal me recosto adormeço, mesmo que depois leve a noite às voltas e reviravoltas, nas férias aproveito para recuperar um pouco o enorme prazer da leitura. Por isso quando me vi sem literatura, tremi.
A internet tudo sabe e resolve, portanto procurámos uma livraria em Ronda e caminhámos até lá. Mais precisamente uma Librería-Papelería. Mas de librería não tinha nada, só de papelería de revistería e de periodoquería. Com o sol a pique e um bafo incrível, fomos em direcção ao Parador, procurando sombras ou cafés onde pudéssemos descansar do calor, quando nos deparámos com outra papelería.
E havia livros, verdadeiros, com capa rija e capa mole, de colecções de bolso e outras, predominantemente em castelhano mas também em inglês. Autores que conhecia, poucos, desconhecidos, muitos. Encontrei vários de Javier Cercas, mas já tinha lido, tendo visto um de Arturo Pérez-Reverte que me dispunha a experimentar ler no original.
Mas eu tenho muita sorte e alguém que gosta muito de mim. Descobriu outros mostradores com outros livros, um dos quais também de Javier Cercas – Independencia. Nunca tinha ouvido falar e fui ver as badanas.
Nada menos que o último livro dele, saído em Março deste ano, e a continuação de Terra Alta, com o mesmo Melchor Merín y sus compañeros Mossos d?Esquadra!
Ronda estava a começar bem. Mais sorte é difícil (já o devorei, mesmo em castelhano - é muito melhor que o primeiro)!
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À venda na livraria Ler Devagar