Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Picnic
Nem tudo foi mau.
Internacionalmente os sinais foram muito positivos – congregação de esforços na investigação científica, investimento maciço no desenvolvimento da vacina contra o SARS-CoV-2, equipamentos e recursos humanos nas áreas da saúde e da segurança social, uma União Europeia que aprendeu alguma coisa com os erros da crise anterior, a derrota de Trump.
Mas muita coisa foi péssima.
O vírus, a pandemia, a inacreditável invasão de falsidades, o enorme aumento da pseudociência, do autoritarismo, do medo irracional, da pobreza, das desigualdades, da caça às bruxas, dos sentimentos pidescos, da solidão, da tristeza e do desamparo.
Esperam-nos muitas dificuldades e, como sempre, a uns mais que a outros, nomeadamente aos mais frágeis e desfavorecidos, mas estou confiante que o próximo ano será melhor.
Temos que nos empenhar nas nossas vidas, individual e colectiva. Temos que nos amar, sem conta, peso ou medida. Isso é o que verdadeiramente importa. Em todas as esferas da nossa vida pessoal, no trabalho, nas responsabilidades que assumimos, nas escolhas que fazemos.
E isso significa saber o quanto para o outro significam todas as carências e abundâncias, todas as vitórias e derrotas, todos os lutos e renascimentos.
Que sejamos felizes, o mais que pudermos, fazendo felizes os outros.
Até ao próximo ano.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
À venda na livraria Ler Devagar