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Meço o tempo pelas palavras/ cada vez mais curtas/ cada vez mais escassas/ cada vez mais duras/ instalando-se o silêncio/ nesta doce melodia/ do esquecimento.
Tenho tentado ver as entrevistas conduzidas por José Adelino Faria aos candidatos presidenciais. É impossível. A arrogância, truculência, pesporrência, agressividade e sede de protagonismo do entrevistador apaga todos os esforços.
Ao contrário do que estes entrevistadores pensam - Miguel de Sousa Tavares, Ricardo Costa, Bernardo Ferrão - não são eles que nós queremos ouvir. Não me interessam minimamente as opiniões dos entrevistadores. Se eles quiserem fazer ouvir a sua voz política podem sempre candidatar-se.
É uma visão da democracia muito deles. E com a decisão de deixar de fora Vitorino Silva (Tino de Rans), por critérios que eles próprios decidem, à revelia da mais elementar noção da igualdade de oportunidades para todos os candidatos, é mais uma demonstração da cultura da omnipresença de decisores nunca mandatados por ninguém para decidirem.
A liberdade dos media é crucial num regime democrático. O papel dos media na manipulação da informação também é crucial. E estes sinais não são nada tranquilizadores. Não são novos, mas são mais fortes.
Insisto. Não tenho interesse nenhum nas opiniões dos entrevistadores mas tenho muito nas dos entrevistados. Gostaria imenso de poder ouvi-los sem interrupções constantes nem apreciações valorativas. Os eleitores é que julgam, nas urnas.
Nota: vale a pena ler este post.
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