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A Urgência está calma.
A luz crua e fria invade os corredores.
Há algum silêncio, até na sala de convívio, transformada em ceia farta de Natal, com uma árvore enfeitada ao fundo.
Algumas enfermeiras descansam e comem.
Conversa-se pouco.
Há médicos calorosos, vindo de África, que alargam o sorriso e explicam a ausência dos companheiros, a braços com um caso grave.
No Natal quem vem à Urgência está muito doente.
A seguir chega a chefe, meio atrapalhada no seu português ibérico, cansada e carinhosa.
E há aquele bombeiro português, que partilha amor e cansaço e que divide a noite de Natal com ambulâncias e urgências.
De Espanha veio bom casamento.
Bebem água, sequiosos, ensonados.
Voltam ao trabalho.
Um Natal de 2022.
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