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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Este foi um projecto ganhador, na tradição das melhores histórias policiais que tenho lido, passe o auto elogio.
O baú de Hamburgo – La malle de Hambourg – é uma série francesa de 1972, que passou na nossa TV há muitos anos, talvez em 1976 ou 1977, não consigo precisar, da qual eu devo ter visto alguns bocados de alguns episódios. Naquela altura a quantidade de televisão que víamos era muito inferior e os nossos interesses bem mais diversificados, pelo que fiquei sempre sem saber exactamente o fio da história, assim como a sua conclusão.
Tudo girava à volta de um baú proveniente de Hamburgo, embrulhando-se depois o enredo em crimes, teatro amador e muito mais de que não me lembrava. Mas a curiosidade ficou e durante todos estes anos tenho tentado descobrir a série para ver se ainda mantinha o interesse que na altura me despertou.
O problema é que eu não sabia nada da série – não sabia se era francesa, belga ou outra qualquer nacionalidade onde se falasse o francês. Não me lembrava do nome – sabia que tinha algo ver com um porto e o nome que me vinha à memória era Amsterdão. Aliás, provavelmente condicionada por Jacques Brel, procurava afincadamente o nome Le port d’ Amsterdam. Não conhecia qualquer dos actores, nem tão pouco o realizador. Enfim, descobrir o rasto de uma obscura série televisiva que tinha passado por Portugal há cerca de 40 anos era uma tarefa árdua e quase impossível de concretizar.
Já não sei como me surgiu o verdadeiro nome da cidade portuária – Hamburgo! E depois, de imediato, o resto do título – A mala de Hamburgo!
Porto de Hamburgo
A Internet, mais uma vez, demonstrou ser uma prodigiosa ferramenta para detectives modernos e pesquisadores de tesouros enterrados nas brumas do tempo e da memória. Devolveu-me rapidamente La malle de Hambourg. Portanto não era uma mala mas sim um malão, ou um baú.
E pronto, reconheci de imediato a cara do actor que aparece no trailer. Sim, era mesmo aquela. O problema era encontra-la à venda – pode comprar-se através do INA, como me confidenciou alguém que encontra séries ainda mais arrevesadas que esta. Outro problema era compreender o francês, pois nem pensar em legendas de qualquer tipo, nem mesmo na língua original, o que ajudaria bastante.
Mas a satisfação era tanta e a possibilidade de, finalmente, ver a série de fio a pavio, que arrisquei. Chegaram 10 DVD, pelo correio, pontualmente 10 dias após a encomenda, tal como prometido…
…à suivre…
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