Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



Novo ciclo

por Sofia Loureiro dos Santos, em 29.09.14

Não é demais lembrar a forma como foram implementadas as chamadas primárias no PS – foi um expediente que António José Seguro usou para ganhar tempo e tentar arrastar a disputa pela liderança. Não só não concordava com a abertura da votação aos simpatizantes como não pensou nas implicações de uma tal decisão.

 

António Costa aceitou o repto até porque não havia outra solução. Mas parece-me que todo este assunto deveria ser repensado, pois há muitas pontas soltas e incongruências – a maior delas o facto de António Costa não ter existência em nenhum cargo formal no partido, visto que não existe a figura de candidato a Primeiro-ministro. Hipoteticamente é possível que o candidato derrotado se apresente às directas, o que não faz sentido. Portanto ouvirmos António José Seguro ufanar-se da brilhante e histórica ideia que teve é uma mistificação.

 

Independentemente de tudo isso, ontem começou um novo ciclo político. Está na altura de congregarmos ideias e esforços para vencer a crise, a crise de ânimo, de energia, de mobilização e de princípios. É altura de renovarmos o contrato de solidariedade entre todos os cidadãos, de relembrarmos o que de essencial é preciso preservar na vida comunitária.

 

Não deixa de ser interessante ouvir os comentadores criticarem António Costa por não se ter referido a António José Seguro, no seu discurso de vitória. António Costa disse que não havia derrotas e que a vitória era de todos. Se tivesse cumprimentado o seu adversário não faltariam quem o acusasse de hipocrisia, aliás com toda a razão.

 

Entretanto Jerónimo de Sousa continua igual a si próprio ao classificar as primárias do PS como uma farsa. Por aí não há novidades.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:03


6 comentários

Sem imagem de perfil

De A.Teixeira a 30.09.2014 às 12:40

É nestes momentos seminais - como agora caiu na moda dizer-se - que comentários, como os de Jerónimo de Sousa, e saídas em sua defesa, como aqui a do António Marques Pinto, mostram o que os comunistas - seja na versão apostólica ortodoxa do primeiro, seja na versão techno modernaça do segundo - pensam da essência da Democracia. Da bondade de uma decisão poder vir a ser tomada com o envolvimento DIRECTO do maior número possível de pessoas que sejam afectados por ela.

Há quem não pense assim: quem perfilha ideologias de extrema-direita, por exemplo, de quem discordo profundamente no plano dos princípios. Mas o que me repugna nos comunistas, que também não pensam assim como facilmente se constata, é a pose de falso beato moralista, com a palavra "democrata" sempre nos lábios, empregando-a a propósito e a despropósito (centralismo "democrático" é a concentração férrea do poder de decisão apenas no topo da hierarquia), mas cuja actuação repetidamente conspurca uma palavra e um conceito que não se presta a equívocos.

Por isso, não há por que a corrente predominante da Esquerda tenha que "dizer mal dos comunistas". Eles fazem-no de moto próprio quando classificam de "democracias" ditaduras como a cubana ou manifestam reservas a que "o regime norte-coreano não fosse uma democracia" ou ainda quando não sabem o que atitude adoptar a respeito do "partido irmão" russo que é a oposição oficial a Putin na Duma.
Sem imagem de perfil

De António M P a 30.09.2014 às 13:17

O António Teixeira escolheu mal o alvo para atirar essa do "falso beato moralista" que não sei por que não atribuir a si próprio quando emite juízos e opiniões quase diariamente no seu blogue. Ou os anticomunistas são inimputáveis?

Não menos disparatado é chamar beato a quem mantém uma rubrica semanal ("Porque hoje é domingo"), de carácter ateísta. Mas se fala de beatice política, o insulto é mais grosseiro ainda, a mim que saí do PCP quando Jerónimo de Sousa foi designado Secretário Geral (!) e que publiquei diversas críticas ao funcionamento do PCP, algumas vezes dirigidas pessoalmente contra dirigentes seus. O que eu não sou é

Essa de Cuba, então, faria cair de riso as pessoas que me conhecem. Não lhe explicarei porquê, mas o meu blogue (que o A. Teixeira conhece) também nessa matéria é esclarecedor para o que interessa no caso.

Enfim, o diligente comentário de A. Teixeira tem ao menos o mérito de apresentar argumentos. Pena que sejam falsos no que se me refere.

Sem imagem de perfil

De António M P a 30.09.2014 às 15:06

A frase incompletamente inserida no meu comentário anterior queria dizer "O que eu não sou é maniqueísta".
Sem imagem de perfil

De A.Teixeira a 30.09.2014 às 20:45

"...a mim que saí do PCP quando Jerónimo de Sousa foi designado Secretário Geral (!)..."

Jerónimo de Sousa tornou-se secretário-geral em Novembro de 2004. O Muro de Berlim caiu em Novembro de 1989. 15 anos é muito tempo. Dir-lhe-ei mais: é DEMASIADO tempo.

Desculpe-me mas não o posso levar a sério. E fico-me por aqui.

Comentar post



Mais sobre mim

foto do autor



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.




Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D

Maria Sofia Magalhães

prosas biblicas 1.jpg

À venda na livraria Ler Devagar



caminho dos ossos.jpg

 

ciclo da pedra.jpg

 À venda na Edita-me e na Wook

 

da sombra que somos.jpg

À venda na Derva Editores e na Wook

 

a luz que se esconde.jpg