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Meço o tempo pelas palavras/ cada vez mais curtas/ cada vez mais escassas/ cada vez mais duras/ instalando-se o silêncio/ nesta doce melodia/ do esquecimento.
Margarida consolada
Pelo sol da Primavera
Foi da nuvem deserdada
Tanto verde desespera
Margarida veste branco
Rasga a pele devagar
Que a memória é solavanco
Da fogueira a esfriar
Margarida gasta as mãos
Em tantos corpos de vento
Decepadas por irmãos
Sem espadas com talento
Margarida cava o mundo
Com arados de esperança
Arrepende-se num segundo
Que uma flor também se cansa
Margarida já não chora
Pela vida que enlutou
Fecha o sol e vai embora
Que esta terra já secou
Margarida não se sente
Tem a alma ressequida
Dispersou-se em semente
Pode ser que volte à vida
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