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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Estive há dias a rever O Pai Tirano e, como de todas as vezes que o faço, ri deliciada com esta comédia.
É muito típico da nossa forma de viver dizermos mal de tudo o que somos e fazemos. Este filme estreou em 1941 e continua a ser uma excelente comédia. É uma história construída à volta do teatro, com o teatro e para o teatro, sendo um fantástico produto cinematográfico.
Com um argumento muitíssimo bem escrito, num jogo bem disposto e despretensioso entre o real e o figurado, brinca com os amores e desamores, com o conservadorismo e o modernismo, com as relações entre as classes e os géneros, com a pseudo intelectualidade sempre presente numa capital que se queria cosmopolita, com a vida quotidiana dos bairros da gente mediana e trabalhadora.
Com actores brilhantes, alguns por serem muito bons e outros por serem muito maus, é uma sucessão de situações hilariantes e disparatadas que prendem o espectador do princípio ao fim. Cá por casa há quem saiba as deixas, as do Sr. Seixas e de todos os outros, de cor e salteado.
Recomendo vivamente, contra todas as mazelas físicas, mas principalmente psíquicas, com repetição sempre que for preciso.
Isso é fundamental!
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