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Em democracia há sempre a solução das eleições

por Sofia Loureiro dos Santos, em 30.10.21

fim da geringonca.jpg

Público

 

Chegámos ao fim de um ciclo.

Aos eleitores cabe agora fazer a avaliação da actuação do governo e do PS, dos partidos da Geringonça e da oposição de direita. Aos eleitores cabe agora definir o futuro.

Com tristeza e indignação vamos assistindo a declarações incompreensíveis e inaceitáveis, como as de Paulo Rangel ao pretender eleições para o fim de Fevereiro, ou as de Jerónimo de Sousa, pretendendo que não queria eleições, e também a atitudes presidenciais, como a audiência concedida a Paulo Rangel.

As eleições são a solução, mas o país não pode viver em suspenso por mais 4 a 6 meses, entre o acto eleitoral, formação de governo e aprovação do Orçamento de Estado. É bom que todos os protagonistas políticos assumam as suas responsabilidades e facilitem a celeridade dos procedimentos constitucionais.

Que se demita o Primeiro-ministro, que o Presidente dissolva o Parlamento e marque, para o mais breve possível, o dia das eleições, para que os eleitores, cansados de uma crise que não compreendem e que os assusta, possam decidir os próximos passos.

É muito importante que todos nós nos apercebamos do que está em jogo. A vez da direita e da extrema-direita coligadas, a vez do PS em maioria absoluta, a manutenção do (des)equilíbrio da última legislatura, ou um bloco central.

Certa mesmo é a tentativa de assalto ao poder de Paulo Rangel e Nuno Melo, que se preocupam mais com as suas ambições do que com o país, é a muito provável subida do Chega e o iminente regresso de alguns dos protagonistas do governo da troika.

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publicado às 09:13


11 comentários

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De Jaime Santos a 01.11.2021 às 15:19

Vital Moreira explicou no seu blogue que não existe razão para que o Governo não se mantenha em funções após a dissolução da AR, pois perde a plenitude de poderes (não se pode socorrer da AR para fazer passar novas leis e também cessam as autorizações legislativas) e fica ainda sujeito à fiscalização da sua ação pela comissão permanente e, em última instância, pelo PR, que pode sempre demiti-lo em caso de abuso de poder.

Quanto à data de eleições, tenho que dar razão a Marques Mendes. Por um lado, existe o precedente das eleições de 2002, que Sampaio marcou de modo a dar tempo ao PS de eleger uma nova liderança e apresentar as listas de deputados à AR, não tendo ninguém na altura levantado qualquer objeção a essa opção do então PR.

Por outro lado, e mais importante do que isso, eleições a 16 de Janeiro, como querem a generalidade dos Partidos, dariam origem a uma pré-campanha (quando têm lugar a maioria dos debates) na época natalícia, e que seria pouco esclarecedora.

O melhor mesmo é que tenham lugar a 30 de Janeiro ou a 6 de Fevereiro, mas não no fim de Fevereiro como quer Paulo Rangel...
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De Sofia Loureiro dos Santos a 02.11.2021 às 17:51

O melhor mesmo é serem marcadas eleições para 9 de Janeiro, ou mais cedo, se tal fosse possível.
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De Jaime Santos a 02.11.2021 às 18:00

Com a campanha a começar entre o Natal e o Ano Novo? Se o orçamento tiver que esperar mais duas ou três semanas ou o futuro Governo tiver que arrepiar caminho para o apresentar mais cedo, pois paciência.

A democracia não está suspensa e é bom que a pré-campanha e campanha (onde se espera que os candidatos debatam a situação do País um número suficiente de vezes) sejam esclarecedoras...

Para além disso, há ainda diplomas importantes que merecem bem ser discutidos e votados na AR.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 02.11.2021 às 21:12

Não me parece que o Natal e o Ano Novo sejam bons argumentos, tal como as férias ou o futebol. Quem quer votar não se desvia por esses motivos.
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De Jaime Santos a 02.11.2021 às 21:45

Não se trata aqui da participação nas eleições e sim da capacidade das pessoas em acompanharem a campanha eleitoral com o mínimo de atenção numa época festiva (entre o Natal e o Ano Novo). A única coisa que a organização de eleições para 9 de Janeiro (ou mais cedo) irá produzir é desinteresse e consequente abstenção.

Estas eleições irão colocar em confronto visões bem distintas para o futuro do País, seja Rio ou Rangel a enfrentar Costa, por muito que a Esquerda à Esquerda do PS queira fazer crer que será o contrário. É bom que essas diferenças sejam acentuadas e discutidas...
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De s o s a 01.11.2021 às 22:37

Nao sei explicar mas a sua pressa nao vejo como flor que se cheire.

E olhe que nem estou com os que precisam de tempo (alias aqui referidos ) ...

Se os eleitores reincidirem, escolherem o mesmo futuro, sempre quero ver o que escreverá entao.
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De Carlos Marques a 02.11.2021 às 08:26

1º erro: recusar acordo escrito em 2019 para a legislatura.
Culpados: A.Costa e Marcelo.

2º erro: cativar investimento, que condena país a morte lenta desde que aderiu ao €uro, e segundo OCDE nos vai provocar recuperação mais pequena e mais lenta.
Mas discutir o €, como países tão decentes (nórdicos, chéquia, etc) fizeram, e como tal nem sequer entraram? Tá quieto...
Culpado: A.Costa (e qualquer outro €urocorno, do PS ao Chega, passando por toda a Direita e pelo PAN, que estivesse no governo cometeria a mesma asneira).

3º erro: não cumprir anteriores negociações com os parceiros (ex: pelo 3º ano consecutivo, o negociado com o BE nos cuidadores informais, tem cativação a rondar os 98%). Isto mina qualquer confiança entre interlocutores.
Culpado: A.Costa.

4º erro: ameaçar com eleições quando o orçamento ainda nem tinha sido apresentado, fazendo assim chantagem para que a Esquerda assinasse qualquer coisa, de cruz.
Culpado: Marcelo.

5º erro: olhar para apenas 9 propostas do BE, um mínimo a que chegou depois de abdicar de quase todo o seu programa, e todas as 9 com base em coisas que o PS defendia até à pouco tempo, e mesmo assim recusá-las, ou fazer avanços mínimos (ridículos) em 2 delas.
Culpado: A.Costa.

6º erro: a dias da votação, reafirmar chantagem do "ou aprovam isto, ou dissolvo Parlamento" de uma forma que tornava impossível fazer marcha-atrás nesse caminho, e impedia a solução óbvia: presidente a sentar-se com A.Costa, anunciar ao país que daria os dias previstos por lei para se apresentar 2º orçamento melhorado, com apoio maioritário, e evitando assim eleições.
Culpado: Marcelo.

7º erro: achar que, perante descontentamento interno partidário, a opção correta é fazer um caminho anti-democrático, em vez de mostrar força colocando toda a disposição para debate e directas o mais célere possível.
Culpados: Xiquinho e Rio.

8º erro: ainda o orçamento não tinha sido chumbado, e já Costa discursava no Parlamento a pedir a maioria absoluta, recebendo entusiasmadas palmas do deputado que em 2019 pediu ao eleitorado para livrar o PS dos "empecilhos" à sua Esquerda.
Culpado óbvio: A.Costa.

9º erro (GRAVE): receber em audiência pública e com espalhafato um candidato à liderança de um partido, antes de falar com qualquer outra pessoa, e ainda por cima, disse o visitante, para tentar adiar o mais possível as eleições.
Culpado: Marcelo.

10º erro: irmos para eleições com o partido fascista e racista ainda INCONSTITUCIONALMENTE legalizado.
Culpados: Ministério Público e juízes do Tribunal Constitucional.

Ora, explanados aqui os 10 pecados capitais da política nacional neste final de 2021, eu gostava de saber quem é que ainda acha que A.Costa dava um bom 1º Ministro pela 3ª vez consecutiva, ou que Marcelo seja um Presidente decente, e já agora como é que os maiores culpados alegadamente são, e mais prejudicados hipoteticamente serão, os partidos à Esquerda, que deram ao país 6 anos de estabilidade sem pedir quase nada do seu programa em troca, a não ser mudar o grau e acelerar algumas medidas que já constavam do programa daquele partido centrista, capitalista, Social-Liberal, e €urocorno até dizer chega, chamado Partido "Socialista"?

E já agora, como é que o país chegou ao ponto em que o Santana Lopes aparece na televisão, e é dos mais sensatos a analisar o que se passa, concordando até em muitos dos meus pontos?!
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De Sofia Loureiro dos Santos a 02.11.2021 às 17:50

Interessante como os companheiros da geringonça - PCP e BE - não cometeram qualquer erro!!!!!
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De Jaime Santos a 02.11.2021 às 18:16

Como os puros desta novela são obviamente PCP-PEV e BE, deduzo que sejam eles que deseja que governem. Posto isto, proponho que defenda uma coligação destes Partidos de modo a ultrapassarem o PS em número de votos, porque se este ficar à frente desses Partidos como tem acontecido, vai seguramente ter que governar com o programa que levar a eleições, com ou sem António Costa.

E, claro, defendam com clareza um programa para tirar Portugal do Euro e da UE, e quais os sacrifícios que irão pedir à população para alcançar esse objetivo. É que há sempre alternativas, o que não há é almoços de graça.

É que de outro modo tenho que concluir do que diz que o que deseja é um Governo da Direita, ao qual PCP-PEV e BE irão opor-se na rua, em vez de negociar com Costa na AR (e quem é que disse que as negociações têm que ser fáceis, falamos de líderes políticos experimentados, ou de colegiais?).

Entretanto, estes Partidos devem arranjar uma boa justificação para explicarem aos seus eleitores porque preferiram não abdicar das suas reivindicações (o que é perfeitamente legítimo) e preferiram contribuir para chumbar o OE, que garantiria a esses eleitores alguns ganhos de causa, em vez do presente resultado, que é zero. E o que era oferecido era o mínimo dos mínimos, já que poderiam ter negociado outros ganhos na especialidade.

Isto em vez de andarem a fazer queixinhas de Costa porque ele também não quis fazer mais cedências. É que as pessoas não gostam de quezílias e recriminações de parte a parte só ajudarão a Direita.

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