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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Como responderia? Quereria ficar dentro ou fora da União Europeia?
Como podemos não perceber que vamos prescindindo cada vez mais da nossa autonomia e da nossa liberdade em nome de algo mais importante, melhor e mais abrangente, mas que se tem traduzido na abdicação de princípios de igualdade entre Estados Soberanos, de valores de solidariedade entre povos e pessoas, da capacidade real de opções por modelos sociais e económicos, enfim, da democracia?
O medo e a angústia do que acontecerá caso a União Europeia se desmorone, a começar pelo Brexit, leva-nos a dizer que, por muito mal que tudo esteja, estaremos melhor dentro da União Europeia. Mas será mesmo assim? Será mesmo que não há alternativa ao empobrecimento e à obediência ao poder dos directórios das finanças de alguns países europeus, que fizeram do projecto europeu um projecto de poder hegemónico na Europa?
Não terá sido por causa deste medo e desta angústia que os países europeus foram protelando o não à Alemanha nazi, para que não se corressem riscos bélicos e que ninguém queria acreditar possíveis? E será que é assim tão diferente o êxodo a que assistimos agora, dos países que sofrem o terrorismo,a guerra, a pobreza, a desesperança, da fuga dos judeus, dos comunistas, dos espanhóis durante a guerra civil? E será assim tão diferente a indiferença perante tudo o que está a acontecer?
É que os responsáveis pelas catástrofes não são apenas aqueles que as desencadeiam, mas também os que como eu, silenciosa e prudentemente, aguardam temerosos que algum milagre aconteça, sem que dêem um passo mais arriscado.
E se fossemos nós? Como responderíamos a um hipotético referendo sobre a nossa permanência na União Europeia?
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