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E nós vamos aceitando

por Sofia Loureiro dos Santos, em 12.02.23

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E nós vamos aceitando.

Porque não queremos ser insultados nas redes sociais, porque não queremos ser olhados de lado ao usarmos palavras malditas, ao defendermos aquilo que até há bem pouco tempo, era considerado liberdade artística, criação, multiculturalismo, tolerância pela aceitação da diferença.

Policiamos a linguagem, o desenho, as opiniões, o teatro, o cinema. Não há lugar a debates, a discussão e trocas de ideias. Há barricadas, o lado certo e o lado errado.

Os factos deixaram de o ser. As interpretações do mesmo são, neste momento, aquilo a que temos direito não só nas redes sociais, como nos media. A manipulação do que se escreve, do que se diz, nem que seja para que os títulos sejam tremendistas, mesmo que as notícias digam o contrário, são a informação contemporânea. Não interessa se é verdade ou não.

O discurso corriqueiro, alarve, terrorista, inunda opinantes, políticos, gente que vive e actua pela imagem. Deixou de haver privacidade pois já não distinguimos o espaço público da nossa casa. Tudo se mostra nas redes sociais, tudo se diz em alta voz, tudo é público e não privado, pois o privado levanta teorias da conspiração.

E nós, vamos calando.

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publicado às 16:36


7 comentários

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De António Garcia Barreto a 15.02.2023 às 08:10

Muito bem, Sofia. Absolutamente de acordo com o seu texto. "Nós vamos calando", para não enfrentarmos essa teia diabólica do politicamente correto e dos julgamentos de muitos imbecis nas redes sociais.
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De Anónimo a 15.02.2023 às 09:17

Sou de há muito regularmente insultado pela turba bolchevique "woke"e da cultura de cancelamento - não me afecta minimamente, é um poder que não lhes dou e ninguém lhes deve dar.
As redes sociais potenciam que franjas minoritárias e activistas adoptem megafones e tentem coagir outros. Se ninguém lhes ligar, fogem para debaixo das pedras de onde saíram. Que devam ser objectos de censura ? Discordo completamente. Até porque a imposição de censura - a "sua" censura - é um dos objectvos desta gentalha. Já basta a fortíssima e fascizante censura e manipulação que existe relativamente a uma multiplicidade de assuntos.
A frase pode não estar exactamente correcta, mas é algo como isto:
"Bater-me-ei até à morte pelo direito do meu inimigo de se expresssar"
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De José a 15.02.2023 às 09:29

No Courrier Internacional deste mês vem um artigo muito interessante sobre o cancelamento de livros nas bibliotecas públicas e escolares norte-americanas. Muitos bibliotecários já estão a receber apoio psicológico e até preparação para ataques armados. É que enquanto muitos estão preocupados com uns bandos de atrasados (perdoem-me, mas esse caso do São Luís é o expoente máximo), por lá (EUA) há problemas com grupos organizados de extrema-direita que vão às bibliotecas com listas de livros ofensivos, que incluem coisas tão díspares como o To Kill a Mockingbird, da Haper Lee, ou a Lolita, do Nabokov. Mais, um projeto de bibliotecas móveis (como a Gulbenkian teve em Portugal) não chegou a avançar no Missouri com medo que pudesse haver acusações criminais contra os bibliotecários por levarem conteúdos ofensivos às crianças (já que ninguém sabe caracterizar os conteúdos ofensivos, e pode ser qualquer livro que a extrema-direita não goste).
Isto preocupa-me muito mais, mas muito mais mesmo, que quaisquer atrasados mentais do politicamente correto. (e perdoem-me a utilização da expressão "atrasados mentais")
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De Anónimo a 15.02.2023 às 09:57

Faces de uma mesma moeda
- a queima de livros pelos seguidores de um senhor de bigode na Alemanha dos anos 30
- já os bolcheviques de Lenin tinham feito o mesmo anos antes e queriam re-escrever a cultura a comunicação e a História
- a "Revolução Cultural" e o "Livro Vermelho" de Mao.
Estupidez, malícia, manipulação.
Os USA servem de exemplo para tudo e para o seu contrário - também há exemplos de escolas a fornecerem literatura sexual e banda desenhada explicita a menores e doutrinação LGBcoisa a crianças de 6 anos depois dá nisto.
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De Manuel da Rocha a 15.02.2023 às 11:49

Infelizmente isso é o resultado das redes sociais (onde 1 pessoa pode ser 600000000 e pagar por mais 40000000000000 apoiantes) e do jornalismo "moderno", onde é possível fazer noticia da opinião do próprio jornalista.
Há 5 anos atrás confrontei José Rodrigues dos Santos, na feira do livro do Porto, sobre uns comentários que fez, em apoio a um político que apoia. Ficou muito chateado de "você não percebeu que sou jornalista, não posso apoiar ninguém. Devia era estudar mais antes de dizer alarvidades" e convidou os 3 seguranças a expulsarem-se dali para fora. Acabei por devolver o livro à estante, pois se alguém responde assim, quando é apanhado, não vale a pena ler livros dele.
A comunicação social vive da anarquia. 99% dos jornalistas são ligados à extrema direita (há que agradecer a Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite por terem definido 8000 professores universitários, que ainda hoje dirigem todas as universidades nacionais, ditando as normas económicas, sociais e exigências) e é assim que podem fazer vida. A extrema esquerda usa (e abusa) do sindicalismo. A guerra aberta é sempre ganha pela direita, pois é que financia esses mesmos sindicatos. É daí que aparecem essas situações, muitas delas para publicidade. É o caso dos EUA, onde há congregações religiosas que avançam com milhares de processos judiciais, sabendo que não têm qualquer razão mas, graças a essas parvoíces, conseguem espaço para lançar "personalidades" para as redes sociais, tv e sites noticiosos. E como vimos com os casos dessas notícias, quase todos são organizados da mesma forma, como refere: uma opinião pessoal, é atirada para a notícia, como se fosse a opinião da maioria. Já não interessa quem tem razão ou não. Desde que consigam publicidade, vale tudo.
Enquanto os media continuarem a viver da anarquia e das suas próprias montagens (Diário de Notícias, de segunda-feira (13), onde as gordas dizem uma coisa, ao ler o sub-título percebe-se que, as gordas, são a opinião do autor do jornal, nem é do jornalista, é mesmo de quem montou a capa e quis dar aquele destaque, sobre importações-exportações, como 99,9% dos leitores nem chega ao sub-título, muito menos lê o artigo, é assim que se manipula a sociedade e o "politicamente correcto", conseguindo os resultados que aí demonstra).
Isto vale sempre para o mesmo lado, mesmo que a esquerda reclame vitórias em pequenas batalhas. "O que me interessa é que falem de mim e só de mim, não importa o como, quando, muito menos o porquê." (não refiro o autor pois é o herói para os deputados do 3 partido mais votado, nas últimas legislativas)
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De Sofia Loureiro dos Santos a 15.02.2023 às 14:59

Obrigada pelos vossos comentários.
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De s o s a 15.02.2023 às 20:25

se vamos calando, nao só denota realismo, como conformismo ...terapeutico.

A questao é se o manto do movimento, a força do ser (a coisa) , gera vitimas ou garante a sobrevivencia !


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