Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
O debate lançado pelo Observador sobre a necessidade de uma nova Constituição deve interessar a todos. Aos que concordam e pensam ser necessário redigir uma Constituição e aos que não concordam e pensam ser necessário apenas ir revendo a Constituição existente.
De uma forma ou de outra ninguém deve ficar indiferente e recusar o debate. A esquerda não pode transformar o tema constitucional num tabu, como se se tratasse de um texto sagrado e clamando por blasfémia de cada vez que se fala - habitualmente a direita e com intuitos obviamente ideológicos - em fazer uma nova Constituição.
O que eu gostaria de ver era a esquerda a explicar porque não quer um novo texto Constitucional, o que pretende manter e o que pretende rever, quando, como e porquê. Se o debate está enviesado à direita a esquerda tem obrigação de o redireccionar.
A Constituição tem quase 40 anos e o mundo mudou. Não me causa qualquer espanto a defesa de uma nova Constituição. Penso mesmo que os partidos deveriam ser transparentes e explicarem o que querem mudar ou manter na Constituição, ficando assim com um mandato para a revisão, alteração ou mesmo para se eleger uma nova Assembleia Constituinte. O que me preocupa é perceber que da parte da esquerda há pânico em vez de ideias e de firmeza.
A este propósito, vale a pena ler este excelente texto de Domingos Farinho.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
À venda na livraria Ler Devagar