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Das crendices travestidas de ciência

por Sofia Loureiro dos Santos, em 29.04.18

 

Para a mentira ser segura

e trazer profundidade

tem de trazer à mistura

qualquer coisa de verdade.

António Aleixo

 

manuel pinto coelho.png

Prova Oral

 

 

O mais triste é que este tipo de pessoas, que usam muito bem as palavras e se socorrem da ciência, quando lhes interessa, para a acusarem de estar refém das indústrias e dos interesses económicos, mascarando os seus próprios interesses ou as suas crenças (gosto particularmente da Desintoxicação Plantar Electrolítica e da Hidrocolonoterapia - uma forma elegante e pseudocientífico de dizer clisteres, muito em voga no tempo de Molière) - não opiniões baseadas em estudos e factos - são capazes de arrebanhar seguidores. E são perigosíssimos, como podemos ver pelo exemplo da recusa da vacinação e pela adopção de padrões de consumo que não têm qualquer base para se afirmarem melhores que outros.

 

As tais confrarias e embustes da malévola indústria, a que os médicos, triste gente influenciável e pouco inteligente, que não vê a luz do colesterol nem a alcalinização do corpo, foram aquelas que, em menos de um século, permitiram um aumento da esperança e da qualidade de vida inigualáveis nos séculos anteriores, em que a leitura das entranhas do animais e dos desenhos das nuvens ditavam a medicina.

 

Em medicina, como noutras ciências, há muita coisa que já foi aceite como verdade e que agora não o é, porque a própria investigação científica assim o demonstrou, não porque os ventos do norte ou do sul tenham trazido a água do mar para nos hidratar de conhecimento. Confundir a abordagem completa dos doentes com mambojambo é má fé ou loucura.

 

Informemo-nos, estudemos e saibamos pensar e criticar. O conhecimento é o inimigo de todas as fraudes.

 

PS - Um dia, alguém que muito me ensinou na minha especialidade, a propósito da discussão do diagnóstico de um caso, em que havia várias pessoas que votavam num - o errado - e uma que votava noutro - o certo - disse que a medicina, e a ciência em geral, não era uma democracia. Ou seja, não há debates nem opiniões, há evidências e demonstrações.

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publicado às 13:02


5 comentários

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De Fernando Negro a 03.05.2018 às 13:59

"Crendice travestida de ciência" é a crença de que as vacinas são eficazes (entre outras crenças pseudocientíficas, que os média de massas - controlados pelos grandes interesses económicos - nos tentam convencer de):

http://blackfernando.blogs.sapo.pt/nao-foram-as-vacinas-contra-o-sarampo-103340

(E, a prová-lo estão os recentes surtos de sarampo em Portugal, numa população que na sua grande maioria supostamente tinha sido "imunizada" para tal.)

No bom uso da lógica de primeira ordem (que está na base do Método Científico que, aparentemente, é você uma adepta de) demonstre-me então em que é que está errada a conclusão de que as vacinas são ineficazes, tal como é denunciado neste documentário feito também por médicos:

https://www.youtube.com/watch?v=8L7Aliz9U60
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De Fernando Negro a 03.05.2018 às 14:26

"O conhecimento é o inimigo de todas as fraudes."

E é exactamente por isso é que um cada vez maior número de pessoas recusa as vacinas. (Porque o acesso ao conhecimento é hoje - graças à Internet - exponencialmente maior do que era há muito poucas décadas atrás.)

O problema da grande maioria dos médicos, e outras pessoas que tiram cursos de ciências nas universidades, é que são incapazes de conceber a ideia de que lhes poderão ter mentido sobre algo que lhes foi ensinado nos estabelecimentos de ensino que frequentaram. E, estando o sistema de ensino propositadamente montado de modo a impedir que alguém haja, ou sequer pense, "fora da caixa", por mais provas que haja em contrário, fora de tal sistema, de que algo que se aprendeu dentro do mesmo é mentira, quem foi eficazmente "lavado ao cérebro" por tal sistema de ensino é depois simplesmente incapaz de olhar sequer para tais provas.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 03.05.2018 às 14:56

Fernando Negro, não vou sequer comentar os seus comentários, pois são um manancial de disparates. Como sou um dos exemplares que tirou o curso de Medicina numa Universidade, penso que o seu problema é que está mesmo "fora da caixa", de qualquer caixa. Informe-se e tente entender o que é a ciência e o método científico.
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De Fernando Negro a 03.05.2018 às 15:45

Sr.ª Sofia Loureiro dos Santos,

Por já saber que a sua reacção iria ser a de simplesmente recusar-se a olhar para as provas que apresento, é que acrescentei logo o meu segundo comentário.

Eu não estou fora da "caixa" da Ciência e do Método Científico (apenas, fora da "caixa" montada pelas Universidades do país corrupto que temos - da qual, felizmente, saí a tempo).

Pelo contrário, o que faço para apurar a Verdade sobre os vários assuntos com que me deparo, é exactamente usar o Método Científico que (apesar de tudo) aprendi (e reaprendi, no ensino secundário de ciências) no mesmo sistema de ensino que você frequentou.

E, se não tirei eu um curso de Medicina, isso não faz de mim uma pessoa incapaz de estar em situação de avaliar a validade ou não das vacinas. Já que, para avaliar tal coisa, basta ter um conhecimento mínimo de Estatística, para conseguir ler os gráficos demonstrativos da incidência das várias doenças antes e depois da introdução das vacinas.

Tal como na Ciência, ou no caso das investigações policiais, as afirmações que faço são sempre acompanhadas das provas que sustentam tais afirmações. Mas, se não quer você olhar para as mesmas, é consigo...

Já percebi então que estou a perder o meu tempo, com estes comentários aqui deixados.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 03.05.2018 às 16:02

É verdade. Estamos ambos a perder tempo.

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