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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Desfilam comentadores e jornalistas a repetir à exaustão que os jovens votaram a favor da manutenção da Grã-Bretanha (GB) na União Europeia (EU) e que agora vão ter menos oportunidades de emprego, para além de se informarem os cidadãos de que os jovens se manifestam na rua e na internet contra a saída da GB da EU.
Portanto: os jovens são, por definição, mais bem informados, e estão a sofrer as consequências da ignorância, xenofobia e racismo dos velhos, que os querem fechar dentro das suas fronteiras, impedindo-os de procurar a felicidade fora do seu país.
Convinha que alguém fizesse a pedagogia da democracia:
E já agora, que tantas estatísticas estão a ser feitas e analisadas, que tal perguntar a esses jovens que se manifestam nas ruas e nas redes sociais quantas vezes foram exercer o seu direito de voto, quantas vezes participaram em campanhas eleitorais, quantas vezes discutiram e debaterem política, nomeadamente os seus direitos e deveres de cidadania?
É muito importante que deixemos todos de nos comportar como crianças a quem tiraram um brinquedo. Temos que saber respeitar um povo que se exprimiu, gostemos ou não da sua vontade maioritária, perceber as razões dessa decisão e lutar, com argumentos e democraticamente, que a outra opção era melhor.
Talvez na próxima consulta eleitoral mudem de ideias. Essa é uma das vantagens da democracia – nada é imutável ou definitivo, tudo se pode alterar, sempre que o povo - todo - assim o decida. E o povo é a amálgama de velhos e novos, pretos e brancos, altos e baixos, ricos e pobres, ignorantes e sábios, rigorosos e mentirosos – um cidadão um voto – democracia.
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