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If I can stop one heart from breaking,/ I shall not live in vain;/ If I can ease one life the aching,/ Or cool one pain,/ Or help one fainting robin/ Unto his nest again,/ I shall not live in vain. [Emily Dickinson]
O infindável caso da entrega das declarações de rendimentos e património dos administradores da CGD ao Tribunal Constitucional, do eventual compromisso do Ministério das Finanças em dispensá-los de tal obrigação, o folhetim das várias lateralidades indignadas, à esquerda pelo facto de ser impensável fugir ao escrutínio público, à direita pelo não cumprimento de promessas escritas, não me parece ser uma coincidência.
Convém esclarecer desde já que não consigo compreender como é possível, num país em que o rendimento líquido médio mensal é de 838 euros, haja alguém a receber por mês muito mais do que a média dos cidadãos recebem por ano, por muito competente que seja no seu trabalho. E não me venham explicar que no sector privado é isso que se aufere porque isso não pode justificar uma tão grande desigualdade salarial.
Mas a verdade é que todo este frenesim tem apenas o objectivo de atingir politicamente Mário Centeno. Ficámos a saber, pela mesma imprensa que tanto tem atacado a administração da CGD, que os anteriores presidentes da Administração entregaram, de facto, as declarações de rendimentos e de património, mas em branco ou com informações incompletas. E mais ainda, é que nada aconteceu: o Tribunal Constitucional não fez rigorosamente nada e os nossos jornalistas de investigação, colunistas, opinadores, comentadores e políticos encartados, nunca tiveram qualquer curiosidade em perscrutar as ditas declarações públicas, pois só agora se aperceberam disso.
Ou seja, tudo isto é de uma hipocrisia sem nome. E não me parece coincidência porque os ataques políticos têm atingido vários ministros, chegando agora a vez de Mário Centeno.
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