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Compota de laranja (orange marmalade)

por Sofia Loureiro dos Santos, em 19.04.20

orange marmalade.jpg

 

Há já algum tempo que ando com vontade de experimentar a confecção da tão conhecida orange marmalade, aquela compota de laranja dos ingleses, de que eles dizem tão bem. Embora não tenha a gastronomia inglesa em grande conta, tento lutar contra o preconceito em todas as áreas.

Se bem o pensei, melhor o fiz. Depois de uma aturada busca na internet, fiquei a saber inúmeros e úteis pormenores sobre laranjas e suas variedades.

Claro que só podiam ser os ingleses a fazer um doce de laranja amarga – Seville Orange. E por isso a quantidade de açúcar que a receita tem é uma vez e meia a da fruta, o que é imenso.

Mas não nos apressemos, que este doce não é para quem tem pressa.

Esta marmalade (nome especificamente usado para compota de laranja amarga) utiliza a totalidade da fruta, o que é uma coisa que me agrada, pois detesto desperdícios. Mas enfim, não se aproveita tudo, tudo, mas tudo serve para a confecção da compota.

Vamos à receita: para cada quilo de laranja (amarga), o dobro da água, uma vez e meia de açúcar e 1 limão. Esta é a receita que vi na net. Mas como não encontrei laranja amarga, usei laranja do Algarve e, por isso, a mesma quantidade em açúcar. Para além destes ingredientes, são precisos uma grande panela ou um grande tacho, um paninho de algodão e fio de culinária. E muita, muita paciência e resiliência.

Segui religiosamente o prescrito:

- Coloquei 3 litros de água num grande tacho; pesei 1,5 quilos de laranjas, sem alterações nem “nódoas” nas cascas. Dividi as laranjas e 2 limões ao meio e espremi todas as laranjas e 1 limão e meio, no espremedor de citrinos. Fui aproveitando os caroços e as partes que não passavam o crivo do espremedor, colocando-as num prato para depois. Juntei o sumo à água.

- A seguir raspei com uma colher o interior de todas as cascas, para retirar o mais possível a parte branca, sem estragar as ditas. Devo dizer que foi uma tarefa muito custosa e demorada, o que me levou a amaldiçoar esta minha vontade de experimentar coisas para as quais não fui feita. Mas lá consegui chegar ao fim (as partes brancas juntaram-se aos caroços).

- Com uma faca afiada cortei as cascas às tiras, não muito fininhas para não se desfazerem, mas também não muito grossas para poderem cozer bem (à volta de 5 mm de largura). Juntei as tiras das cascas à água e ao sumo.

- Todos os caroços, peles e afins foram colocados num lenço de algodão, fininho, tendo atado as pontas com o tal fio culinário, deixando-as compridas – o saquinho resultante era para mergulhar na água com o sumo e as cascas, mas prendi-o na asa do tacho - destina-se a deixa passar pectina, penso eu.

- A seguir liguei o fogão e deixei ferver até cozerem as cascas – até ficarem moles – à volta de 30 a 40 minutos. Depois do arrefecimento da mistela resultante espremi o saquinho o mais que pude, para se aproveitarem os sucos lá de dentro.

- Finalmente juntei 1,5 quilos de açúcar branco e deixei ferver, mexendo, até fazer ponto. Esta última parte não foi assim tão fácil porque esteve imenso tempo a ferver e ficou muito líquido. Hoje de manhã foi outra vez ao lume e ficou com ponto a mais. Portanto só à terceira vez é que ficou bem (foi outra vez ao lume com um pouquinho de água, para que o ponto ficasse certo).

Já enfrasquei e já provei. Está uma delííííícia......!

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publicado às 14:57



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