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Cantata de Paz

Vemos, ouvimos e lemos/Não podemos ignorar

por Sofia Loureiro dos Santos, em 26.01.25

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20 de janeiro de 2025

Ciclicamente, tudo o que entendemos ser a base comum do comportamento humano em sociedade, a matriz judaico cristã, em que os valores da solidariedade, da igualdade, o reconhecimento de direitos que fazem de nós seres humanos, transforma-se e desaparece, levando a situações de autoritarismo, de homogeneização num modelo idêntico, como se fossemos máquinas, a uma desigualdade e revolta que nos conduzem, inevitavelmente, ao papel de vítimas e algozes, de oprimidos e opressores.

A ignorância, a frustração, o racismo, o preconceito, o desprezo e desvalorização dos factos que transformam vacinas em opiniões políticas, o laxismo e a pobreza da linguagem, a violência, o deslaçar dos agentes culturais e dos que, quando nada mais há, nos asseguram a sobrevivência, a desqualificação de cada ser humano como único e irrepetível, como criador e executor do que imagina, como um dos pólos da infinita rede que se forma, sempre que se quebra a solidão.

Imigrantes ilegais, que tiveram o azar de nascer na miséria ou se transformaram em penas e pedras perdidas no mundo, gente com força suficiente para arriscar a própria vida, que tenta construir alguma felicidade e aconchego fora do seu país, que tenta conseguir alguma coisa que a transporte para condições mais dignas, mais fáceis, mais macias, têm peste.

Nestes tempos sombrios, os imigrantes são, por definição, criminosos, pelo que se transportam em aviões militares, algemados de pés e mãos. E o mundo que está a ruir vai ruir ainda mais. Não é só Trump, nos EUA, mas todos os governantes de extrema-direita dos países europeus, que deixaram de se envergonhar por dizerem os inimagináveis e perigosos absurdos que papagueiam, com poses de Estado e voz grossa.

Não faltarão ideias velhas, tristes, que querem reduzir a pó quem se lhes opõe: esvaziar Gaza de Palestinianos.

Sim, ele irá fazer o que prometeu. Ele e todos os outros que o têm como professor.

Temos ainda a certeza de que as tecnologias de informação, a nova comunicação, a inteligência artificial, manterão as realidades paralelas que servirem os seus interesses e desígnios. A transformação da inovação num instrumento do mais autoritário e aflitivo que existe – a perda da identidade como indivíduo, a perda da igualdade, da liberdade e a implosão das democracias.

Vemos, ouvimos e lemos

Não podemos ignorar [...]

Cantata de Paz

Sophia de Mello Breyner

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publicado às 17:33


15 comentários

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De Maximilien Robespierre a 27.01.2025 às 12:10

Se fossem só os se extrema-direita estávamos bem...
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De Anónimo a 29.01.2025 às 15:42

Desde que o mundo é mundo sempre assim foi, existe e sempre existiu espoliados da vida e das condições humanas porque continua a peste da ruim dos ditadores
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De facl a 29.01.2025 às 16:34

Na Russia, na China etc os imigrantes são recebidos de braços abertos
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De facl a 29.01.2025 às 16:39

liberdade, liberdade... depois apagam qq comentario que não estão de acordo

vão trabalhar!
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De Anónimo a 29.01.2025 às 17:48

Uma autentica verdade
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De Anónimo a 29.01.2025 às 17:10

Temos, então, que seguir os exemplos da China, da Rússia, do Irão, da Coreia do Norte, países que são o exemplo na recepção de imigrantes, que até dão cama, mesa e roupa lavada para quem quiser imigrar para esses países.
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De Anónimo a 29.01.2025 às 18:53

Goste-se ou não pelo menos Trump promete e cumpre logo no 1º dia em que toma posse. Por exemplo eu ainda estou á espera do médico de família que o António Costa prometeu e nunca cumpriu em 9 anos e nem com maioria absoluta foi capaz.

Os tais migrantes algemados têm no seu pais de origem a policia á espera para os prender por crimes cometidos.
Estava ontem na TV um jornalista a diabolizar Trump por uma migrante ser expulsa, migrante que já estava presa á 6 meses... o Trump que só lá está á 2 semanas é culpado do que o "Biden fez" é incrível.

A extrema esquerda que também diz inimagináveis e perigosos absurdos é totalmente normalizada, as soluções que eles trazem são escroto para a sociedade, mas enfim.

Esvaziar Gaza de Palestinos é boa ideia até que o problema hamas seja resolvido mas pronto depende de quem acha que seja melhor para os "palestinos", eua, israel ou hamas.
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De Alexandre Pereira a 30.01.2025 às 18:39

Nos States, não têm problemas com o médico de família, tens é que ter dinheiro para um seguro de saúde...
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De s o s a 29.01.2025 às 22:58

de certeza é bem intencionada, mas ate arrisco elogiar como o mal menor.

A matriz judaico-crista, que argumenta, sem se dar conta que o mesmo argumentam os que aponta como demonios. E sim, sao-no !!! Como bem exemplifica com o exemplo de "limparem" gaza.

Mas veja desta maneira, bem sei que simploria : a ascensao da direita náo é a esquerda em regeneraçao ? Em cedencia continua, em cumplicidade, a mesma cama ...

Por fim : melhor é ignorar, doi menos -disse.
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De Anónimo a 30.01.2025 às 12:30

Pois é. Há para aí uns quantos europeus que acham que a grande maioria dos americanos (USA) são estúpidos por terem votado no Trump. Verdade que eu também não gosto do gajo, mas os americanos também vêem nele o gringo que tem que dar um castigosinho aos dirigentes europeus que, como todos nós sabemos, são uma cambada de faroleiros, azeiteiros, fogareiros, paneleiros, apenas preocupados com tachos e boa vida.
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De Alexandre Pereira a 30.01.2025 às 18:43

É a teoria da bota cardada... Está tudo a complicar por causa do deepseek, do palhaço do putin que está armado em atrevido, etc. etc. Em 1930 o Adolfo seguiu esta politica, porque é que falhou? perdeu antes porque senão o novo normal era esse.
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De Alexandre Pereira a 30.01.2025 às 18:45

Esqueci-me disto, o Donald não ia resolver a guerra com um telefonema?
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De s o s a 30.01.2025 às 23:29

copiei agora mesmo, na conta abrilabril , aqui na integra mas é a parte final que mais interessa, em conformidade com o meu comentario anterior :

Manifestantes reúnem-se em frente à sede do partido União Democrata-Cristã (CDU) em Berlim. Uma moção da União Democrata-Cristã (CDU) obteve a maioria no parlamento alemão Bundestag, com os votos do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Este facto constitui uma novidade, uma vez que a CDU alegava ter uma “barreira de protecção” quando o que se verifica é uma convergência com a extrema-direita.

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