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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Para quem estiver interessado, aqui fica o excerto do programa Agora Nós, da RTP1 (a partir dos 27 minutos), onde falei um pouco com o José Pedro Vasconcelos sobre o livro Prosas Bíblicas.
Muitas emoções e muito trabalho. Assim me justifico pelo tempo arredada do blogue.
As apresentações do livro no Porto e em Setúbal foram momentos que guardarei com orgulho e carinho. Orgulho por aqueles que me acompanharam, nomeadamente o Prof. Sobrinho Simões, o Manuel de Oliveira, a Maria Celeste Pereira, o Fernando Pinto do Amaral e o José Teófilo Duarte. Carinho pela simpatia com que nos acolheram, na Casa Allen e no Café da Casa (da Avenida), e por todos os que quiseram estar presentes. Muito obrigada a todos.
Casa Allen, Porto, 14 de Dezembro de 2017
Casa Allen, Porto, 14 de Dezembro de 2017
Café da Casa, Setúbal, 16 de Dezembro de 2017
Café da Casa, Setúbal, 16 de Dezembro de 2017
Apareçam!
Estão todos convidados!
Apresentação na 5ª feira, 14 de Dezembro/2017 – 19:00h
Casa Allen - Rua António Cardoso, n.º 175, 4150-081 Porto
com
Manuel Sobrinho Simões
Manuel de Oliveira
Maria Celeste Pereira
Apresentação no Sábado, 16 de Dezembro/2017 – 17:00h
Caféda Casa / Casa da Avenida Galeria
Avenida Luísa Todi, 286-296 Setúbal
com
Fernando Pinto do Amaral
Paulo Curto
José Teófilo Duarte
(…) Uma lição que transforma o amor nessa misteriosa espécie de “cola” ou de “barro” capaz de ligar os pedaços sempre dispersos das nossas vidas tão fragmentadas, procurando unir na mesma substância indivisível o corpo e a alma ou, se preferirem, o humano e o divino: “Da cola do amor remendamos os cacos das vidas / Do barro do amor colamos as peças removidas / De nuvens de amor sopramos as faces ressequidas / Do canto do amor lambemos as crostas das feridas // Presos e atados por amor a tantos fios invisíveis / Amparados pelo amor que sem saber semearemos / Em cada canto do amor assim nos confiaremos / No tumulto do amor morreremos indivisíveis”
O HUMANO E O DIVINO – Fernando Pinto do Amaral - prefácio de Prosas Bíblicas
16.
Da cola do amor remendamos os cacos das vidas
Do barro do amor colamos as peças removidas
De nuvens de amor sopramos as faces ressequidas
Do canto do amor lambemos as crostas das feridas
Presos e atados por amor a tantos fios invisíveis
Amparados pelo amor que sem saber semearemos
Em cada canto do amor assim nos confiaremos
No tumulto do amor morreremos indivisíveis
Livro 3 (pág. 78)
(…) mas o que daqui ressalta é, acima de tudo, a consciência muito clara de que, por mais belas que sejam tais palavras, por mais harmoniosa que seja a sua música, por mais que o “todo” seja “eloquente”, há sempre uma dimensão que elas não atingem. Como se diz no último poema: “Que o amor não se ouve nem se canta / Apenas se sente”. (…)
O HUMANO E O DIVINO – Fernando Pinto do Amaral - prefácio de Prosas Bíblicas
20.
A todos os que me querem e me ouvem
Assim farás de ovo e serpente
Que o amor não se ouve nem se canta
Apenas se sente
A todos os que serão sem que o sejam
À espera da luz que não se acende
Assim abrirás o manto da vida
Para todo o sempre
Livro 3 (pág. 82)
(…) A matéria-prima desse infinito labor continuam a ser as palavras – “Com palavras amareis um pouco ou totalmente / Pelas palavras o nada será o todo eloquente” – , (…)
O HUMANO E O DIVINO – Fernando Pinto do Amaral - prefácio de Prosas Bíblicas
9.
Escavareis a terra com as mãos da solidão
Cantareis a alma com a voz da paixão
Usareis o alento do corpo sem salvação
Expiareis com a vida o peso da ambição
Pelas palavras semeareis o fruto e a semente
Nas palavras sofrereis a pomba ou a serpente
Com palavras amareis um pouco ou totalmente
Pelas palavras o nada será o todo eloquente
Livro 3 (pág. 71)
(…) Digamos que na segunda parte ecoa uma atitude mais pessoal, talvez mais próxima dos pequenos dramas de cada um de nós, mais interrogativa perante as escolhas a que, melhor ou pior, a vida sempre nos obriga: “E agora que faço comigo matéria informe que se criou / e por céus e terras em paixões secretas alastrou / de ti desabrigada por ti desmanchada em ti / teimosamente escondida?” (…)
O HUMANO E O DIVINO – Fernando Pinto do Amaral - prefácio de Prosas Bíblicas
8.
Nasceram-me braços e pernas cresceram-me bocas e línguas
fundiram-se sangue e saliva cozeram-se peles e dias.
E agora que faço comigo matéria informe que se criou
e por céus e terras em paixões secretas alastrou
de ti desabrigada por ti desmanchada em ti
teimosamente escondida?
Livro 2 (pág. 56)
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