Permita-me que, sendo professor não sindicalizado (e que não gosta do senhor de bigode), discorde de algumas coisas que aqui disse:
"1. Este governo é o governo pior que alguma vez me lembro de ter havido, após o 25 de Abril." Este é o governo possível, após a Festa que os dois últimos governos do PS fizeram e o acordo, assinado pelo PS, PSD e CDS, fizeram com o FMI, UE e Troika. Fizeram e fazem muitas coisas mal, mas, comparados com os "negócios" de Sócrates, são uns anjinhos.
"3. Como já muitas pessoas vão reconhecendo publicamente, houve um assalto ao poder em 2010/2011, com uma total manipulação da população protagonizada, entre outros, pelos partidos da oposição da altura" Não se está a esquecer de que os banqueiros se recusaram a comprar mais dívida pública e de que os Ministros do PS (incluindo um tal de Teixeira dos Santos) que forçaram Sócrates a pedir ajuda, porque o dinheiro já não chegava para pagar as contas do mês seguinte?
"4. A maioria dos sindicatos afectos à CGTP-in, entre os quais a FENPROF (...) , contribuíram decisivamente para a tomada do poder pela direita conservadora"
O quê, os comunistas votaram no PSD e no CDS - fantástico, Mike...!
"5. Durante os dois governos anteriores, os representantes dos professores em geral e a FENPROF em particular, opuseram-se a tudo o que mudava a cultura de mediocridade, de facilitismo, recusando alguma meritocracia que se tentava implementar. Da fusão de escolas sem condições para os alunos, às aulas de substituição, passando pela avaliação de desempenho, nada escapou aos gritos de destruição da escola pública e de ataque aos indefesos professores."
A fusão da Escolas é uma m... e só dá problemas disciplinares e falta de acompanhamento de alunos nas Escolas sem direção.
As aulas de substituição eram uma fraude e não serviam para nada, nos moldes em que MLR as determinou.
A avaliação de desempenho está agora, depois de melhorada, a funcionar, com a ação da substituta de MLR e de Crato, embora NUNCA mais os professores venham a mudar de escalão.
Nada escapou aos gritos de destruição da escola pública (com uma Ministra que insulta e desautorizado os professores como a Milu, o que é que queria?)
O ataque aos indefesos professores passou por mais burocracia estúpida (a Direção da minha Escola passa 70% do seu tempo a fazer papeis pedidos pelo MEC) por mais horas de trabalho e perda de salário e de insultos constantes ao grupo (lembra-se do Albino, da CONFAP, pago a peso de ouro pela Milu?).
"6. As alterações aos horários da função pública (que constam do orçamento rectificativo), de 35 para 40h semanais, correspondem a uma redução salarial de 12,5%, o que é totalmente inaceitável"
Eu, como professor, aceito um horário de 45 horas, pois trabalho mais que isso por semana, em média, e até aceito as perdas de salário... O resto é que me custa.
"9. Estas medidas não são específicas para os professores"
Pois os professores até podiam aceitar a mobilidade, se se cumprisse a regra dos 60 km - ora para os professores essa distância pode ser superior a 300 km...
"10. Em 2005 foi convocada uma greve aos exames, tendo o governo da altura requerido que se decretassem serviços mínimos, em defesa dos alunos e das suas famílias, o que foi legalmente aceite."
É curioso que os Juízes sejam amigos do PS e não gostem do Crato ou do PSD/CDS - talvez não... Pode ser uma questão de filiações partidárias e de aventais .'.
"11. Desta vez, e mais uma vez, a FENPROF convoca uma greve aos exames nacionais, num braço de ferro com o governo, que este não pode aceitar, sob pena de continuar refém de uma das mais poderosas corporações existentes."
Os professores fazem a greve porque querem, não são coitadinhos, carneiros ou meninos de um aparelho partidário para seguirem o chefe. Eu não fiz a greve aos exames em 2005, porque acho que é mau para os alunos haver greves aos exames, mas esta vou fazer porque não me resta outra alternativa, independentemente do que que diz Mário Nogueira e já agora, TODOS os outros Sindicatos de professores, que também participam na greve.
"12. Mário Nogueira, como líder da FENPROF, foi e é o protagonista destas posições, pelo que é nessa qualidade que o critico." Deixe-o lá em paz, ele é/foi eleito democraticamente pelos sócios do Sindicato.