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O indizível susto da democracia (1)

por Sofia Loureiro dos Santos, em 01.11.11

 

Algo de muito errado e preocupante se passa quando o anúncio de um referendo num país europeu coloca a Europa em risco.

 

Tal como com o Tratado de Lisboa, os governantes têm medo dos resultados das consultas democráticas. O Primeiro-ministro grego sabe as dificuldades presentes e antecipa as futuras em relação à aplicação das medidas de austeridade necessárias a este novo acordo de ajuda à Grécia.

 

Neste momento todos estão confrontados com as suas responsabilidades: a Grécia e a União Europeia, governos e oposições. Se o motivo do anúncio do referendo foi a vontade de ouvir os cidadãos ou uma forma de, politicamente, tentar sobreviver a toda a contestação interna é, neste momento, irrelevante. A Grécia terá que viver com a sua resposta.

 

Será o último acto desta peça de teatro? A pedra que faltava tirar para o periclitante edifício europeu se desmoronar?

 

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publicado às 13:53


4 comentários

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De JST a 01.11.2011 às 14:29

É evidente que sendo a construção europeia algo que nunca teve em conta a vontade popular, quando se chega a esta situação, incluir o povo nas decisões parece algo forçado.

A mim parece-me simplesmente um último acto de desespero da Grécia. Uma espécie de às de trunfo chamado legitimidade democrática que ninguém pode contestar. Talvez uma forma de pôr em cheque todas as instituições europeias e seus pretensos líderes que têm conduzido a política Grega.

Agora basta esperar pelo resultado do referendo. A Grécia pode recusar ser um protectorado da Alemanha, o que será uma tamanha burrice. Um pseudo "orgulho" nacional que apenas os vai arrastar para a sarjeta levando com eles metade do euro não interessa a ninguém. Quando entraram no euro deviam saber que na Europa o povo não serve para nada. Durante anos perpetuaram esta Europa , não são vítimas, mas cúmplices da sua própria imprudência.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 02.11.2011 às 17:23

JSD, não sei se irá haver referendo. Provavelmente o governo grego cairá antes disso. Mas tenho pena. Esta atitude de Papandreou serve, pelo menos, para escancarar o que todos já entrevíamos: a ineficácia de uma Europa cada vez mais submetida a dois grandes imperadores. As declarações de Sarkozy e de Merkel chegam a ser obscenas, ao falarem de decisões "unilaterais" e de "exigirem" esclarecimentos. A moeda única morreu e esta Europa também. Ninguém o queria assumir; a Grécia deu o toque final... de finados.
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De JST a 02.11.2011 às 19:00

Sofia, o JSD a quem dirigiu a resposta não comentou, quem comentou foi o JST ! T ou D, parece o mesmo mas não é.

Não sei se classificar as declarações de Merkel e Sarkozy como obscenas me parece razoável. Se vir a União Europeia como um conjunto de instituições democráticas talvez, mas ainda alguém acredita nisso?

Ademais, Papandreou parece procurar a vitimização da Grécia na forma de "nós que somos democráticos mas não nos deixam ser", colando uma imagem ditactorial aos "líderes" da Europa que tentam a todo o custo salvar o euro. O problema é que, e ínsito , a Grécia e os seus governos são cúmplices de criarem, ao longo dos anos, a Europa dos Imperadores Merkel e Sarkozy .

Tentar destruir a moeda única é uma atitude que se assemelha àquela de fazer regras para um jogo que beneficiam, para depois querer acabar com o jogo quando por mero acaso regras se viram contra.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 02.11.2011 às 20:03

Peço imensa desculpa pela troca do D pelo T. Era mesmo ao JST que me estava a dirigir!

Não tenho muitas ilusões quanto às razões desta estratégia. De qualquer forma, não foi apenas, nem principalmente, a Grécia (ou Portugal) a lucrarem com a moeda única. Foram a Alemanha e a França. E, pelo que se vai sabendo, a hipótese de referendo não foi uma novidade para os líderes europeus, o seu anúncio é que terá sido.

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