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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Ouvi vários comentadores espantarem-se com a serenidade de Manuel Alegre e suspirarem por um candidato de esquerda mais agressivo contra Cavaco Silva.
Para mim, que acabei de ouvir agora o debate, ainda bem que Manuel Alegre não o fez. Para meu espanto, Manuel Alegre portou-se como um verdadeiro Presidente, contido, sereno, tolerante, democrático.
Pelo contrário, Cavaco Silva foi agressivo, evasivo, intolerante, sem respostas às perguntas colocadas. Não sabe o que é o Estado Social, confundindo os direitos de dignidade com a ajuda dos moralmente puros. Não falou da Escola Pública, porque não lhe interessa. Esganiçou-se quando deixou ao governo a responsabilidade da eventual chegada do FMI, quando criticou a administração do BPN, quando se refugiou no site da presidência no momento em que lhe lembraram o caso das escutas, enervou-se quando falou das suas justificações aquando das promulgações de diplomas, deu lições de cavalheirismo internacional quando tentou demonstrar que agradar e ter respeitinho pelos mercados era indispensável a Portugal.
Preparamo-nos para ter mais cinco anos de um Presidente da República que é o espelho da caridadezinha, das mulheres a fazer a lida da casa, da hipocrisia social e institucional.
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