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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Nas últimas presidenciais (2006) foi com convicção que apoiei a candidatura de Manuel Alegre. Nessa altura o candidato oficial do PS foi Mário Soares. Pela terceira vez, se contarmos com a escolha do cabeça de lista do PS às eleições europeias (Vital Moreira), penso que Sócrates e o PS cometem um erro ao apoiarem, a contragosto, sem chama nem arrojo, esta candidatura.
Há 5 anos, Manuel Alegre personificava o aprofundamento da sociedade solidária, das reformas estruturais essenciais à governação, a defesa do serviço público de qualidade e a manutenção dos valores sociais e de cidadania. Foi apoiado por um movimento de intervenção cívica supra partidário, que congregou pessoas de diferentes tendências políticas mas com um tronco comum de valores.
Após as eleições, Manuel Alegre defraudou as expectativas de muitos dos que o apoiaram, tendo demonstrado incapacidade para olhar o futuro, acantonando-se nos refrãos vazios de quem quer muita coisa desde que nada se mude nem nada se faça. Esteve contra todas as importantes batalhas do governo e do PS, ao lado dos populistas da esquerda mais retrógrada, corporizada muitas vezes pelo BE e pelo PCP.
Há 5 anos Manuel Alegre era uma esperança. Hoje é a certeza de uma escolha que só trará problemas a qualquer governo, seja ele de esquerda ou de direita. E é a certeza de mais uma derrota eleitoral da esquerda.
Votar Cavaco Silva é uma hipótese que excluo à partida. Convém que Fernando Nobre clarifique as suas posições políticas, nomeadamente em quem votará caso haja uma 2ª volta entre Manuel Alegre e Cavaco Silva. Neste momento não me revejo em nenhum dos candidatos presidenciais.
Nota 1: agradeço a Acácio Lima o conhecimento deste vídeo.
Nota 2: e aqui (pela entrevistadora).
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