Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
pintura de Grady Zeeman
Unemployment Line
Os jornais fazem eco da incapacidade que há em conter o crescimento do desemprego, mesmo com programas de combate como os que o governo tem vindo a desenvolver.
Este será o maior problema e o maior desafio que se colocará ao governo, às entidades patronais e aos sindicatos.
Na verdade a flexibilização do mercado laboral deverá ser estudada, de forma a incentivar a contratação de desempregados de longa duração ou de 1º emprego, mesmo que não seja para contratos sem termo. A precariedade do emprego é uma realidade e é de combater. Mas não se compreende que haja empregos quase vitalícios, em que os empregadores estão impedidos de substituir trabalhadores, muitas vezes totalmente incompetentes e inadaptados, em que já se investiu, formou, etc., mas que, pura e simplesmente, não estão interessados em mudar, sacrificando imensos potenciais excelentes trabalhadores mais qualificados que não conseguem sequer iniciar-se no mercado de trabalho.
Nesta situação todos são responsáveis inclusivamente as estruturas sindicais, que todos os anos clamam pelas justas lutas dos trabalhadores, mas dos trabalhadores entrincheirados em empregos de betão, que apenas estão disponíveis para manter o seu próprio status quo, não se importando nem procurando quaisquer soluções para os que estão desempregados.
Com a queda da inflação neste último ano, que ficará muito abaixo dos aumentos salariais que foram praticados em 2009, qual é a credibilidade de sindicatos que começam as negociações com uma percentagem de aumento de 4,5%? E no entanto, diariamente, mostram a sua preocupação pelo aumento da pobreza e das desigualdades entre ricos e pobres. Não seria mais sério tentar aumentar o salário mínimo e as pensões de reforma, tendo contenção no aumento salarial?
É que nas circunstâncias em que estamos e caso haja deflação, o aumento do poder de compra será para todos os que tiverem emprego. Mas o aumento do desemprego será uma certeza.
Nota: também aqui.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
À venda na livraria Ler Devagar