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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Em relação à adopção de crianças devo esclarecer que não tenho qualquer opinião de princípio quanto à adopção de crianças por casais homossexuais, tais como a não tenho por casais heterossexuais ou por famílias monoparentais. As pessoas candidatas à adopção devem ser avaliadas uma a uma, e os casais deverão sê-lo casal a casal.
Na vida real há crianças em famílias de todos os tipos e feitios e não é o facto de estarem em famílias resultantes de casais heterossexuais que as transformam em heterossexuais ou homossexuais, gordos ou magros, calmos ou agitados, preguiçosos ou trabalhadores, etc. Tanto quanto sei, há alguns estudos com resultados sobreponíveis e que demonstram que a orientação sexual dos pais/educadores não influenciam os comportamentos (sexuais ou outros) das crianças.
Por outro lado é preciso que ressalve o facto de a maior parte dos artigos sobre trabalhos científicos que são abordados nos jornais são-no, salvo honrosas excepções, de uma forma incorrecta, pouco rigorosa e realçando frases que, inclusivamente, são retiradas do contexto em que foram proferidas.
Após este preâmbulo fiquei perplexa com o artigo que saiu no DN online de hoje, citando um estudo efectuado por Vanessa Ramalho, sob a orientação do pedopsiquiatra Eduardo Sá, intitulado Homoparentalidade: estudo da adequação homoparental, tendo como base (quantas entrevistas?/durante quanto tempo?/como foram seleccionados os casais?/...) 25 heterossexuais e 25 homossexuais (depreendo que sejam casais com filhos adoptados, porque isso não é referido, tal como não é referido o método de estudo), que
E eu, que entendo a orientação sexual como uma característica pessoal, que não é desvantagem para coisa nenhuma, nomeadamente para adoptar crianças, chego à conclusão que, pelo contrário, ser heterossexual até pode ser um óbice no que diz respeito à adopção e educação de crianças.
Partindo do princípio que o estudo citado tem muito pouco a ver com a redacção do artigo do DN, percebem-se os seus objectivos. No entanto, este tipo de notícias não defende a causa a favor da adopção por homossexuais nem a credibilidade e o rigor científicos de quem os faz e de quem os divulga.
Nota: * realce meu.
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