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Dos bastidores

por Sofia Loureiro dos Santos, em 02.08.09

 

O confirmado convite a Joana Amaral Dias agitou a semana política que passou. Aparentemente isto é um caso menor aproveitado para troca de acusações entre PS e BE, com juras de inocência e protestos de moralidade absoluta, de ambos os lados. Ora o episódio não tem nada de inocente. Tem apenas de luta política pura e dura, com armas pouco limpas, utilizadas por todos os protagonistas.

 

A sondagem a Joana Amaral Dias foi feita com a esperança, para o PS, de conseguir mais uma baixa mediática no BE, a seu favor; Joana Amaral Dias pesou os prós e os contras e decidiu que, ao publicitar a abordagem a Francisco Louçã ganharia peso político no BE, peso que tinha perdido por causa do apoio a Mário Soares; Francisco Louçã aproveitou para embelezar a história e dar-lhe um conteúdo moralista e indignado, como tem sido hábito do seu estilo de liderança populista.

 

Ou seja, tal como indicam as últimas sondagens publicadas, o BE tudo fará para atacar o PS pois pensa que assim conseguirá uma votação histórica, do tipo PRD. O PS tudo fará para seduzir os independentes, os descontentes da sua ala esquerda ou aqueles a quem o BE não perdoa dissensões. Foi assim com José Sá Fernandes e com Joana Amaral Dias. Na óptica do PS Miguel Vale de Almeida é um exemplo a replicar. Na óptica do BE a transferência de simpatizantes para o PS faz-lhe perder a imagem de verdadeira e única esquerda e de ética política. Nos bastidores joga-se o tudo por tudo até porque há uma enorme percentagem de indecisos que olha as movimentações sem saber o que fazer.

 

O que a mim me incomoda nestas manobras é que se fica com a sensação que elas são feitas em proveito próprio e não pelos interesses do país ou por motivos ideológicos. Senão como compreender a insistência nas acusações meio fanáticas de Francisco Louçã, a divulgação de uma conversa particular, que deve ser habitual e preparatória de todos os convites, venham eles de quem vierem, o silêncio seráfico que se lhe seguiu, ou os tristes e inacreditáveis desmentidos que de si próprio fez o secretário de estado Paulo Campos?

 

O que interessa ao eleitorado é perceber qual ou quais as forças políticas que podem formar uma maioria e governar o país; qual ou quais as forças políticas que têm uma estratégia de desenvolvimento sustentado, de protecção e apoio social, de optimismo realista.

 

Penso que o BE tem demonstrado diariamente que não pretende cooperar para uma governação estável. Portanto é o PS o único partido que tem estrutura para assumir essa responsabilidade. É bom que mostre o que fez e o que pretende fazer, sem se perder em manobras que apenas distraem as pessoas do essencial.

 

Nota: também aqui.

 

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publicado às 19:16


1 comentário

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De José António Abreu a 03.08.2009 às 14:06

Concordo totalmente com o seu antepenúltimo parágrafo. Em termos de manobras de bastidores e tácticas menos limpas, PS e BE estão bem um para o outro. O que eu acho curioso é como se consegue continuar a recusar ver que o PS foi exactamente assim ao longo destes quatro anos e meio.

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