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Trinta e cinco anos depois

por Sofia Loureiro dos Santos, em 25.04.09

 

Há hoje uma tristeza alicerçada na incerteza, na revolta pelo que não se conseguiu com a revolução de 25 de Abril de 1974.

 

Mas hoje podemos revoltar-nos ou sermos felizes, falarmos ou permanecer em silêncio, cantar, gritar, escrever, perguntar, podemos resistir, podemos até tentar ser felizes, sem que ninguém nos cale, sem que ninguém sequer se lembre de nos calar.

 

Somos poucos ou muitos, satisfeitos ou azedos, temos o direito de o ser.

 

A liberdade está no ar que respiramos. Não existia para os nossos pais. Esquecer que a música, os olhares, até as palavras de amor eram vigiadas, é um passo para o apagamento da memória do que é uma ditadura.

 

Vivemos em democracia e liberdade. Vale a pena lembrar que houve um punhado de militares a quem devemos a comemoração do dia de hoje. Independentemente das razões posteriores de desagrado, essa é uma dívida que não se apaga.

 

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publicado às 17:17


1 comentário

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De Donagata a 26.04.2009 às 02:14

É verdade. Nunca lhe poderemos estar suficientemente gratos. Só quem viveu numa época em que se era preso por se organizar e assistir a um festival de coros (em que participavam coros dos países de leste). Em que se tomava café ao lado de uma mesa de PIDES de ar intimidatório que controlava as nossas conversas e as nossas atitudes. Em que, para determinadas profissões, só poderíamos ser admitidos se jurássemos nunca ter atitudes que pusessem em causa os ideais do estado novo. Em que, quando havia eleições, havia, efectivamente apenas um partido; na existência de outro, ou outros, estavam sujeitos a uma campanha intimidada e perigosa até (É só lembrar o caso Humberto Delgado). Num comício do MDP, antes do 25 de Abril, sem que nada o fizesse prever, houve carga policial sobre os participantes tendo tido vários amigos que saíram de lá com escoriações várias e cabeças partidas...
Portanto, nunca poderemos agradecer o suficiente a esses heróis que arriscaram as carreiras e a vida, para que eu hoje descontente, desiludida, desagradada com sucessivos governos frustrantes, possa dizê-lo bem alto onde, como e quando o entender.

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