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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Dei-me a mim própria um intervalo de cidadania para egoistamente me entregar aos rituais da época. Li apenas os títulos dos jornais online e os posts dos blogues habituais. Não me apetecia saber o que se passou no mundo e no país, porque o intervalo foi para mim, não para a vida de todos os dias.
Ainda bem que o fiz pois os atentados bombistas não respeitaram tréguas natalícias, a crise financeira global esqueceu-se do Menino Jesus e os nossos governantes, nomeadamente o Primeiro-Ministro, foi bem o exemplo do novo-riquismo consumista e exibicionista das nossas sociedades actuais.
Na sua mensagem de Natal congratulou-se com o que ele fez, com o que ele conseguiu, com o que ele projectou. Não houve palavras inspiradoras nem mobilizadoras, não houve reconhecimento de dificuldades, erros ou desvios. Apenas um discurso ritmado e publicitário, pré-eleitoral, sem a grandeza dos líderes que injectam esperança mesmo quando apenas se vêm muros, escolhos e armadilhas.
É em tempos difíceis que se deve olhar e ver acima das lutas partidárias, para além do deve e haver das partilhas dos lugares de deputados, das percentagens eleitorais, das maiorias com ou sem poder.
O poder serve para servir. Precisamos de governantes que nos inspirem confiança, que nos mostrem que somos capazes do melhor, mesmo nas piores circunstâncias, não de governantes que apenas se vejam a espelhos adulatórios.
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