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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Hoje deveria ser o dia das mães.
Das mães que acabaram de parir pela primeira ou pela décima vez, com todo o espanto, dor e carinho de sentir que uma pequena parte de si se enrosca, dorme e chora.
Das mães que acordam e ficam na cama apenas mais um momento antes de arrumarem os despojos da véspera.
Das mães que acordam os seus filhos pequenos ou já adultos, de uma noite em que os sonhos foram mais doces que o habitual.
Das mães que lavam, limpam, arrumam, cozinham, vigiam as conversas, os olhares, os que endoidecem e os que cambaleiam.
Das mães que não querem saber de Natais nem de Páscoas, das mães que amam, das mães demoníacas ou santificadas, das mães novas e velhas, das mães que nunca foram mães, das mães viúvas e das mães desesperadas, das mães dos filhos perdidos e mortos, das mães que esperam e que se cansam, das mães que temos ou já tivemos.
Hoje deveria ser dia de ser mãe.
(pintura de Salvador Dali: Quadros Bíblicos)
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