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A vitória da FENPROF e a derrota da Escola Pública

por Sofia Loureiro dos Santos, em 03.12.08

Não sei se a greve dos professores foi a maior de sempre mas foi seguramente a maior de que tenho memória e foi uma retumbante vitória da FENPROF. Basta ver que até o Ministério dá valores de adesão de 60%. Inegável.

 

Dito isto, e dito que è impressionante que Valter Lemos desvalorize esta histórica greve afirmando que apenas 30% das escolas fecharam, espero sinceramente que a Ministra e o governo não cedam.

 

Caso isso aconteça será uma retumbante derrota da escola pública e uma total demissão do dever do estado – o primar pela qualidade do ensino e pela qualificação dos seus profissionais, coisa que a FENPROF tem demonstrado à saciedade que é a mínima das suas preocupações.

 

Quantidade não é sinónimo de qualidade, portanto a histórica adesão não dá razão a quem a não tem. É obrigatório não ceder e implementar o modelo de avaliação do desempenho, melhorando-o naquilo que for necessário melhorar e adaptando-o à realidade de cada escola.

 

 

Adenda: um mail chamou-me a atenção de que eu não podia passar a mensagem de que todos os professores pertencem à FENPROF. Tem razão, não pertencem. Assim como acredito que a adesão à greve teve motivos variados para vários professores. Mas o que não podemos negar é que a FENPROF é o rosto mais visível e o motor desta contestação. Por isso me refiro à FENPROF. Mérito de Mário Nogueira, a verdade é essa.

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publicado às 20:00


24 comentários

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De escrevinhadora a 04.12.2008 às 11:46

Parece que sim, foi uma greve com impacto; se vai ter sucesso, depois se verá.
O que acho estranho na questão dos números é:
como é que às 9 da manhã se tiram logo percentagens de adesão, se só nas escolas do 1º ciclo é que todos os profes entram ao serviço?
como é que algumas escolas fecharam só porque um dos 'serviços' não funcionou regularmente?... Não houve aí má-fé da gestão?
Mas... vivam os números!
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 16:58

Mesmo que haja alguma trampolinice, foi uma greve histórica. Quanto a mim, pelos maus motivos. Veremos .
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De Anónimo a 04.12.2008 às 21:01

Sinceramenmte que há comentários que me fazem pensar se as pessoas serão assim tão ignorantes ou se estão apenas de má fé. A senhora se tiver 4 filhos e dois amigos em casa para lanchar entra em parafuso, como a maior parte de nós, e pergunta se há condições para manter 300 crianças ao cuidado de 6 auxiliares? Se o serviço (como diz) que fechou é tão insignificante talvez o melhor seja acabar de vez com os professores. No fundo hea muitos pais que não se importariam.
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De Joaquim a 04.12.2008 às 12:09

Desconheço a razão pela qual agride verbalmente os Professores, está no seu direito de se exprimir mas não no de ofender
Cumprimentos
Joaquim Trigueiros
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 14:04

Joaquim Trigueiros

Não pretendo nem nunca pretendi agredir ou ofender seja quem for. Sempre tive muito respeito e apreço pelos professores, que considero uma profissão essencial num país que se quer desenvolvido.
Acho lamentável que os professores se sintam ofendidos com o que tenho dito. Deveriam sentir-se indignados com os comentadores que se a si próprios se apelidam professores, e que não fazem mais que denegrir e descredibilizar a própria classe.
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De jrd a 04.12.2008 às 13:22

Concordo que a Fenprof venceu, não creio que a Escola Pública tenha sido derrotada, mas não tenho dúvidas de que o ME continua a empatar...
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De Fernando Penim Redondo a 04.12.2008 às 14:06

Há quem diga que os professores fizeram a maior greve de sempre. Por respeito para com a longa luta dos trabalhadores portugueses devemos perguntar-nos:


- era a "avaliação" a maior injustiça de sempre ?
- era a "avaliação" a questão laboral ou política mais importante de sempre ?
- era a ministra da educação o patrão ou o tirano mais repugnante de sempre ?
- eram estes lutadores os mais corajosos ou os mais impunes de sempre ?
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 16:32

Esta luta tem a ver com a manutenção de um status melhor e mais confortável para uma classe profissional. É compreensível e estou mesmo em crer que outras classes fizessem (e farão, seguramente) o mesmo. O que não lhes dá obviamente razão!
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De Fernando a 04.12.2008 às 14:54

Eu pessoalmente até concordo com a avaliação imparcial e justa de qualquer classe profissional, sem excepção. Contudo, e vamos supor somente supor, que tudo o que se disse na comunicação social sobre os critérios de avaliação do primeiro ministro enquanto aluno do ensino superior foi verdade, a ministra de educação está moralmente desautorizada pelo seu chefe de governo a exigir qualidade no ensino.

Lobo das Estepes
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 16:29

Fernando, obrigada pela visita.
Mesmo que a suposição esteja correcta, estamos a falar de um objectivo de valorização da Escola Pública. A Ministra tem a autoridade e a oralidade do voto da maioria para melhor zelar pela qualidade da educação.
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De Fernando a 04.12.2008 às 16:35

Cara amiga (permita-me que lhe trate assim)
a ministra não tem o voto da maioria, para isso o governo teria que ser eleito. E no nosso sistema politico o governo é nomeado. E quanto à maioria do povo português eleitor, limita-se a não pôr os pés, as mãos e o restante corpo nos locais de voto como a minha amiga bem sabe.
Bom fim de semana cara amiga

Lobo das Estepes
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De Manuela a 04.12.2008 às 17:21

O Joaquim tem razão existe muita agressividade da sua parte quando fala dos Professores eu sou Mãe e tenho dois filhos ns Escola Pública , só tenho a dizer bem dos Professores e acho que têm razão nos seus protestos. Isso de dividi-los em duas categorias é um absurdo. Além de que a greve é um direito e há que repeitar
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 17:30

Tenho pena que assim o considere. Ainda bem que a sua experiência é muito positiva. Respeito a sua posição quanto ao estatuto da carreira docente, embora não a partilhe, como respeito o direito à greve.
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De Fernando Penim Redondo a 04.12.2008 às 17:46

Há uma grande injustiça, isso sim, quando comparamos os professores com a generalidade dos cidadãos.

Eu por exemplo, que sou reformado, vejo todos os anos a minha reforma ser aumentada de tal modo que não acompanha a inflacção real. Isto significa que, com o passar dos anos, posso ser reduzido à miséria. Não tenho meios para evitar que isso aconteça pois não posso fazer chantagem com a paragem de um serviço essencial como a educação.

Eu considero que o sistema fiscal é profundamente injusto mas se eu desobedecer como os professores e deixar de pagar os meus impostos certamente serei perseguido pela justiça.

A greve é sem dúvida um direito pelo qual eu lutei bastante mas não pode ser uma forma de subverter a ordem democrática, desobedecendo sistematicamente às leis legítimas do país. Isso seria a anarquia.

Eu se fosse governo já tinha promovido um referendo.
Não podemos estar todos refens da comodidade dos professores.
Se a populaçõs entendesse que a avaliação dos professores é dispensável para a melhoria do ensino eu acataria.
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De Anónimo a 04.12.2008 às 20:51

Meu caro Redondo:

É também para que o senhor não tenha de mendigar que os professores lutam. Apesar da sua ingratidão eles continuarão a lutar por si.
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De Fernando Penim Redondo a 04.12.2008 às 21:26

caro anónimo,

deve estar a brincar comigo.
Dispenso este tipo de "ajuda".
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De Anónimo a 04.12.2008 às 19:29

Li alguns dos seus “post” referentes à avaliação dos professores e fiquei indignada.
Toda a gente tem direito a dar opinião e respeito a sua. Mas pergunto que mal os professores lhe fizeram…
Tenho que dar a mão à palmatória… percebo perfeitamente onde se baseiam as suas convicções … nos seus familiares professores. Repare, não são todos assim, aliás, esses representam uma minoria, os restantes trabalham e fazem aquilo que os distinguem das outras profissões: leccionar.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 19:47

As opiniões são minhas e baseadas naquilo que entendo que é dever de um estado que se preocupa com a qualidade da escola pública. A mim indigna-me que a “Desconhecido” não seja capaz de rebater as minhas opiniões mas não tenha pejo em insinuar a incompetência dos meus familiares. A isso chama-se baixeza.
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De Anónimo a 04.12.2008 às 21:05

Está completamente equivocada. Os sindicatos estão neste momento a reboque do movimento dos professores. Foram ultrapassados pela esquerda.
Mas não sei porque me dou ao trabalho de explicar porque a senhora, claramente, não quer perceber.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 04.12.2008 às 21:09

Pois é, anónimo, não mereço nem o seu empenho nem o seu tempo. Sou uma má aluna para um bom professor. Não vale mesmo a pena insistir.
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De Eu a 05.12.2008 às 20:30

Estou estupefacta com o que li neste post , e com os comentários.
Quero dizer que nunca fui apologista de greves. Faço se tiver algum sentido.
Em relação aos professores, e tal como em todas as classes, há de tudo e para todos os gostos .
Sou professora há 19 anos. Antes disso trabalhei numa empresa. Sei o que é fazer greves por dinheiro. Sei o que é os patrões estarem aflitos porque não têm condições para dar aumento de salários ao seus servidores. Sei o que passei dentro de casa, fome não, mas dificuldades para manter a casa e estudar.
Agora, passados 20 anos, não discuto dinheiro, nem avaliação. Discuto quererem fazer de nós, professores, servos para todo o serviço:administrativos, pais, funcionários, psicólogos, polícias, enfermeiros.
Todos os papeis que a sociedade e os pais têm para com as crianças estão dirigidos para nós. O ensino, esse, fica muitas das vezes de lado. Quando temos que dar atenção à situação precária de uma criança, de comprar material e oferecer, de dar roupa, de dar carinho e atenção; se a mãe e/ou o pai tem uma doença maligna... e as lágrimas que nos caem pelo rosto quando a criança" se abre", isso não significa nada?
A greve dos professores tem significado, tem um objectivo: não classificar professores por títulos/quotas.
Quanto ao senhor Mário Nogueira, e de mais pessoas que estão nos partidos e sindicatos, só quero dizer que "aproveitaram-se" da reacção dos professores, em Março, em seu próprio benefício.... E as eleições já são em 2009. Que rica oportunidade!


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De Alexandra Mendes a 06.12.2008 às 10:00

Alguém me explica as especificidades dos professores para não poderem ser avaliados e classificados como as outras classes, com quotas e classes?
Quanto à alegada dificuldade na compreensão e aplicação do modelo de avaliação, a imagem que passam é de menoridade intelectual, temo que em muitos casos justificada.
E, de facto, só a menoridade e a falta de carácter explicam a "perseguição" e os comentários relativamente à autora do blog.

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