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A crise financeira e a consequente crise económica estão a servir de álibi para todas as forças sociais, à esquerda e à direita.
O PS desculpa-se com a crise financeira para justificar o não cumprimento de metas que se tinha imposto na legislatura. Por muito que o contexto internacional seja mais desfavorável que o que se previa há 3 anos, isso não desculpa tudo, como é óbvio.
O PSD usa a crise financeira para justificar a sua opinião recente (porque quando estava no governo era diferente) em relação à suspensão das obras públicas, que já vinha sustentando praticamente desde que é oposição.
Mas também a CCP usa a crise financeira para pedir uma renegociação do aumento do ordenado mínimo nacional, estimado para €450! É absolutamente escandaloso estarmos a discutir o aumento do salário mínimo que é vergonhosamente insuficiente para viver.
A crise não pode justificar pedidos de aumentos salariais mínimos de 3,5%, por muito que nos penalize a perda do poder de compra que, continuamente, os mesmos sofrem. Mas o que não pode mesmo estar em causa é a aproximação do valor dos ordenados mais baixos, nomeadamente do salário mínimo, a um valor minimamente razoável. E mesmo os €500 previstos para 2011 é muitíssimo pouco!
Não se percebe este tipo de raciocínio. Ou seja, percebe-se, mas é revoltante. A crise e a pobreza não se resolvem à custa do regresso do trabalho de escravo.
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