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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Miguel Sousa Tavares escreve bem e Rio das Flores é um bom livro. Está bem escrito, lê-se de uma assentada, tem romance, história, aventura, guerra, liberdade e ditadura, espanholas, touradas, caça, discussões, Brasil e terra, a omnipresente terra, todos os condimentos para prender o leitor e contar uma história bem contada.
No entanto há alguns senãos neste livro: as personagens femininas estão pouco aprofundadas, particularmente a mãe de Diogo Ribera Flores (Maria da Glória), que parece ter sido esquecida e relembrada aos saltos, em excertos por vezes demasiado longos mas desgarrados do todo. Há um arrastar no desenvolvimento da história do amor de Diogo pelo Brasil, mas a decisão deste aí ficar, a compra da Fazenda e a seu enamoramento por Benedita é tirado a ferros, parecendo querer apressar o fim do livro.
Não sei avaliar as precisões históricas mas para quem é leigo tudo faz sentido e a narrativa de vários episódios da época são excelentes, talvez melhores que o enredo romanesco. De qualquer forma, é um bom livro para devorar em férias.
(Miguel Sousa Tavares - 2007)
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