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Aplauso

por Sofia Loureiro dos Santos, em 29.07.08

Tenho que aplaudir de pé a decisão do Ministério da Saúde impor a exclusividade aos médicos do SNS. Sempre pensei que a separação entre público e privado era essencial para melhorar a produtividade do sector público e rentabilizar as instalações e os meios técnicos.

 

Quanto ao papão da fuga de médicos do público para o privado, dos melhores como disse Carlos Santos, do SIM, pelo facto de se praticarem melhores salários no sector privado, gostaria que fossem esclarecidos alguns pontos:

  1. Qual a diferença entre a remuneração média praticada no sector público e no sector privado, para uma mesma categoria e um mesmo horário de trabalho, considerando o regime de trabalho com e sem exclusividade.
  2. Qual a forma de contratação de profissionais de saúde para o sector privado, de forma a assegurar que são os melhores a irem para o sector privado.
  3. Qual a informação de que os sindicatos dispõem sobre a opinião que os seus associados têm sobre exclusividade.

É importantíssimo que se faça uma remodelação das carreiras médicas, se bem que me parece que o sector privado não deve ficar de fora, à partida, das formações pré e pós graduadas. Penso que isso deve depender das condições que têm nos diversos serviços e na garantia de qualidade e de cumprimento dos programas aprovados pela OM.

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publicado às 21:24


10 comentários

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De médico céptico a 30.07.2008 às 22:22

Mais uma vez, defende uma medida demagógica e cujo resultado contribuirá para o enfraquecimento do SNS. A fuga dos médicos para o sector privado é uma relaidade em certas especialidades, como a Radiologia, por exemplo, e outras se seguirão se continuar o agravamento das condições de trabalho e remuneração nos hospitais públicos. E esta é uma situação que só favorece os donos do sector privado, que poderão impor mais facilmente as suas condições aos médicos. E o Estado poupa dinheiro com o pessoal à custa da qualidade dos serviços.

Durante anos, o SNS beneficiou do trabalho de todos os médicos, os melhores e os piores, com base numa espécie de contrato não escrito - pagavam pouco, mas deixavam tempo suficiente para os médicos poderem complementar o ordenado na actividade privada. Não seria uma situação perfeita, mas funcionou e proporcionou-nos anos de SNS de boa qualidade. Vamos a ver como serão os próximos, mas a evolução não augura nada de bom.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 30.07.2008 às 22:38

Demagógico é defender-se a continuação da promiscuidade entre os sectores público e privado, agitando os fantasmas da hemorragia de médicos do sector público, não apontando dados concretos que demonstrem essa teoria (convém não misturar os médicos que se reforma e que prestam serviços e/ou assumem a direcção de serviços em hospitais privados).

Além disso o anúncio desta medida, que infelizmente já foi semi-desmentida pela própria Ministra, foi acompanhado do anúncio de outras medidas, como a remodelação das carreiras médicas e a alteração do sistema de remunerações no SNS, introduzindo o princípio do remunerações diferenciadas pelo mérito.

Claro que tudo isto foi esquecido no afã do Bastonário e dos Sindicatos tiveram ao anunciar mais uma vez o funeral do SNS.
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De médico céptico a 31.07.2008 às 14:43

Ouço falar da remodelação das carreiras médicas e da remuneração segundo o mérito - cujos critérios nunca são esclarecidos - há pelo menos tanto tempo como da instituição da exclusividade; não serão igualmente declarações demagógicas? E onde estão os dados concretos que demonstram a vantagem da exclusividade obrigatória? Continua a defender a sua convicçaõ política, e tem todo o direito de o fazer, mas não de afirmar que é apoiada por factos e dados, no que está a ser tão facciosa como os políticos que afirmam categoricamente que a via do neoliberalismo é a única possível, por exemplo.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 31.07.2008 às 18:31

Também ouço falar da remodelação das carreiras médicas e da remuneração por mérito há muito tempo, como da reforma da educação, da justiça, da administração pública, do novo aeroporto ou do TGV.

Eu não afirmei em lado nenhum que tenho dados objectivos (ou que os há) que demonstrem que a exclusividade obrigatória é vantajosa. Isso é convicção minha, pois penso que levaria a uma maior rentabilização do serviço público e à melhoria da qualidade de atendimento.

O que eu disse e mantenho é que não há dados que demonstrem que, caso essa solução fosse adoptada, haveria fatalmente uma enorme saída de médicos para o sector privado, e que gostaria de ver esclarecidas algumas questões que não têm, que eu saiba, resposta.

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