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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Talvez a razão primeira tenha sido a alteração da hora. Quando me levantei, lentamente porque devemos honrar as manhãs de Domingo, já eram quase horas de almoçar.
Ou seja, o meu dia precipitou-se em direcção à recuperação das funcionalidades horárias, mas sem tempo de o fazer. Tudo transladado para mais tarde, o café da manhã sem jornais, o almoço tardio sem café, a peregrinação semanal ao supermercado à velocidade da luz, arranquei com o TomTom totalmente preparado para a Rua do Açúcar, no Poço do Bispo, para assistir à penúltima representação de Lisboa Invisível, no Teatro Meridional.
Mas não contei com os maus augúrios astrais, com as ventanias em sentido contrário, e muito menos com as obras na zona ribeirinha de Lisboa, por alturas do Rossio, que levou a grandes enchentes de carros parados preguiçosamente em filas descomunais, com o TomTom desesperadamente a dizer-me para virar aqui e acolá, com as ruas fechadas e os Polícias a desviarem para círculos viciosos e concentrados de autocarros.
É claro que já não fui a tempo. Desliguei o TomTom e regressei a casa, onde cheguei mais de uma hora depois de ter partido.
Pelo caminho, enquanto irritadamente esperava nas filas, fui olhando e reparando que todos os cafés daquela zona da Baixa estão fechados, num Domingo, e que as ruas estão desertas de pessoas a pé, pois os turistas estão dentro dos autocarros panorâmicos.
O tão falado comércio tradicional não se adapta aos novos tempos e por isso morre. E morre também o centro de Lisboa.
Enfim, não se pode dizer que tenha sido uma bela tarde dominical.
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