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Virar à esquerda (2)

por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.03.08

Declaração de interesses: trabalho no Hospital Fernando Fonseca desde Julho de 2007.

 

Fui, desde o início, bastante céptica, para não dizer totalmente céptica, quanto a este tipo de parcerias entre público e privado. Não me parece que a gestão pública esteja condenada a ser má nem que a gestão privada esteja condenada a ser boa. No entanto sempre fui defensora de um SNS público, universal e gratuito, vendo com desagrado a mistura entre estes dois mundos  que, na minha óptica, devem ser complementares e concorrenciais, cada um na sua esfera.

 

No entanto a experiência recente ensinou-me que a realidade ultrapassa, de facto, a ficção. A relação entre os órgãos de gestão do Hospital Fernando Fonseca e os seus profissionais é de respeito mútuo, entre pessoas que se responsabilizam e que se empenham no seu trabalho. Há projectos que se discutem e aprovam e que são para cumprir, assumem-se as pesadas tarefas assistenciais com sentido de verdadeiro serviço público e avaliam-se os resultados e os desempenhos de todos.

 

Não há motivo para que a gestão pública seja diferente. Mas na minha reduzida possibilidade de comparação é diferente, e não para melhor.

 

Por isso, volto à questão do meu post anterior: quais as razões que levaram Sócrates a mudar radicalmente de política de saúde, neste particular aspecto? Como estão os indicadores de produção, de desempenho, de qualidade de atendimento do Hospital Fernando Fonseca? Como estão as contas do Hospital Fernando Fonseca? Porquê só ao fim de 3 anos de governo esta conclusão?

 

Infelizmente, esta viragem afigura-se mais como uma tentativa atabalhoada de responder à contestação da ala esquerda do PS e ao BE, do que uma escolha política e ideológica ditada pelo acautelar dos bens públicos e pelo bem-estar dos cidadãos.

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publicado às 19:29


5 comentários

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De Sofia Loureiro dos Santos a 20.03.2008 às 20:54

Mas eu até penso que o PS deve ganhar as eleições. Globalmente a actuação tem sido positiva. Mas a falta de oposição transforma determinadas alas partidárias em adversários temíveis, ao contrário da oposição, que praticamente não existe.

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