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Explicações

por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.07.06


Finalmente ouvi as explicações da Sra. Ministra da Educação.

Ouvi e percebi muitas coisas:

  • que, ao contrário da generalidade da população que genuinamente queria perceber esta insólita e polémica decisão, os nossos representantes na Assembleia da República, nomeadamente os pertencentes aos partidos que tinham pedido os esclarecimentos urgentes (PSD e PCP), estavam apenas interessados em destruir politicamente a ministra (nada que me espante);
  • que, ao contrário dos deputados do PS, nomeadamente de Manuela de Melo, os deputados do PSD e do CDS não percebiam nada do assunto que tinham pedido para discutir;
  • que, ao contrário da Ministra, os deputados têm uma forma de falar muito pouco civilizada, ou seja mal educada, com especial ênfase para a deputada do PCP, Luísa Mesquita, que sabe do que está a falar mas tem uma atitude histérica e descabelada;
  • que, ao contrário do seu colega Augusto Santos Silva, a Sra. Ministra não percebe nada de chicana parlamentar e está mal preparada para enfrentar este tipo de debates;
  • que as coisas no ensino estão muito mais embrulhadas do que qualquer um de nós poderia imaginar;
  • que o PSD é um dos principais responsáveis por toda esta trapalhada.
  • as razões que levaram à decisão de repetir os exames de Química e Física e porque foram escolhidas apenas essas duas disciplinas (embora não concorde com a decisão);
  • que os nossos deputados ou são burros ou fingem que o são, visto não terem percebido as explicações;
  • que convém perguntar aos jovens, que estão no 11º e 12º anos se o que a ministra disse é verdade, pois qualquer deles está mais bem informado que os Srs. Deputados; eu perguntei e foi-me respondido afirmativamente;
  • que a actuação teatral de indignação de Paulo Portas estava muito exagerada. Convém controlar os ímpetos pois nenhuma companhia de teatro lhe daria emprego.
  • que aos ministros competem as decisões políticas, as fáceis e as difíceis, as certas e as erradas, e que por isso, pelas decisões políticas, são julgados nas urnas;
  • que, apesar de continuar a pensar que a possibilidade de repetição dos exames apenas a alguns alunos, embora compreenda a situação excepcional dos mesmos, seja uma decisão errada e que abre um precedente perigoso, agradeço o facto de haver uma ministra que decida;
  • que o maior erro político da ministra foi o não ter acompanhado o despacho em que propunha a repetição das provas das explicações que deu, só hoje, na Assembleia;
  • que não consigo descortinar as razões da demora das explicações;
  • que espero que a ministra se aguente e continue.

Declaração de interesses (está na moda!) - tenho um filho que fez exames do 11º ano, mas NÃO fez exame a Química nem a Física. Para além disso tenho uma enorme simpatia e respeito pela Ministra.

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publicado às 19:22


5 comentários

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De Tonibler a 21.07.2006 às 15:59

Há erros. Disso não tenha dúvida. A Lei de Lavoisier aprendeu-a no 8º ano a Sofia, eu, a ministra, os técnicos, os alunos, todos...De qualquer forma não deixa de ser completamente imbecil que perguntas em que os professores universitários discutam se está certo ou errado sejam apresentadas a examinandos do 12º ano.

É o cerne da questão porque sem erros não havia questão. Não havia repetição, porque não havia "injustiçados", não havia uma ministra a mostrar que é tão má como todos os outros que fizeram as suas bagunças, não havia um estado português que depois de ter mostrado ser incapaz de produzir ensino veio agora mostrar que é incapaz de o avaliar.

Que garantias lhe deu a ministra de os erros não se repetirem? Zero! Apenas lhe mostrou que soluções havia para quandos os erros se repetirem mesmo. Porque quem os fez foi coberto pela ministra. Simples.

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