Candidamente, o ministro Correia de Campos reconheceu as trapalhadas das contas do SNS e, candidamente, prometeu levar em conta as críticas e recomendações do Tribunal de Contas.
Menos candidamente o ministro Teixeira dos Santos não explicou a mudança de estatuto da Estradas de Portugal, nem um período de 75 ou 99 anos de atribuição de uma concessão.
Candidamente, assistimos à substituição da discussão política, pública e parlamentar das opções das atribuições do estado, desde a suposta funcionalização dos magistrados, à descapitalização e inferiorização das forças armadas, ao esvaziamento das funções prestadoras como a educação e a saúde.
Candidamente arrebatamo-nos com as peripécias de histórias que se dizem e se desdizem, que incendeiam os bons sentimentos dos bons cidadãos, desta nossa mole de gente bem intensionada e mansa.
Cobardes ou apenas e só superiormente sábios, perante a imaginação de fazedores de factos e opiniões, de tanta ineficácia governativa, de tanta indigência da oposição.
Mas estamos na época das boas vontades universais, bem cobertas de bolas vermelhas e publicidade enganosa, créditos fantásticos que nos permitem forrar as paredes de plasmas e filmar-nos a comer bolo-rei.