Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Just ensemble
Este foi um ano muito difícil, muito doloroso, um ano irreversível, cruel e abrupto.
Mas foi também um ano de carinho, de aconchego, de amizade, de aprendizagem.
A readaptação do corpo a uma nova realidade exterior, cuja impacto interior é desmesurável, obriga-nos a um reequilíbrio e a um reordenar de prioridades na vida.
A todos os que me vão acompanhando desejo que tenham um ano cheio de boas surpresas.
Que seja um ano de grandes e pequenas aventuras, de obstáculos ultrapassáveis.
Que seja um ano de realidade mais simples e fácil.
Que seja um ano tranquilo e sereno.
Que seja um bom ano e um ano bom.
É com uma enorme dor e um vazio que me despeço da presença física do meu querido pai, Víctor Mano. Mais do que um pai, foste o meu exemplo de vida, a minha força e o meu porto seguro. A tua vida destacou-se não apenas pelas conquistas notáveis, mas sobretudo pelo coração generoso, pela humildade e pela forma como tocaste as vidas de todos à tua volta.
Para além de seres um atleta exemplar e um treinador dedicado, foste um verdadeiro mestre de valores. Ensinaste-me que a verdadeira grandeza não reside nos títulos, mas na forma como vivemos e como ajudamos os outros. Quem teve o privilégio de te conhecer ficou marcado pela tua sabedoria, pela tua bondade e por aquele espírito único que iluminava qualquer espaço onde estivesses.
A tua partida deixa um vazio que não consigo descrever, nem consigo acreditar. Sinto que uma parte de mim morreu contigo. Ainda preciso tanto de ti, do conforto das tuas palavras e da tua força. Mas sei que estarás sempre comigo, a viver em cada memória, em cada lição e em cada valor que transmitiste. O teu nome, Víctor Mano, será sempre uma inspiração, um símbolo de dedicação e humanidade.
Obrigada, pai, por tudo o que foste, por tudo o que nos deste e por tudo o que nos ensinaste. Prometo honrar o teu legado e levar comigo os teus ensinamentos. Descansa em paz, querido pai, sabendo que nunca serás esquecido. Continuarás vivo no coração de todos os que tiveram o privilégio de te conhecer. Amo-te para sempre.
Um ramo de folhas duras
Pedacinhos de luar
A alma feita em costuras
De feridas por sarar
Aconchega o olhar
No piso de tanta ausência
Apresta-se a respirar
Um mundo sempre em carência
Nesta branda consoada
À espera do nascituro
Tristeza bem arrumada
No fundo do seu futuro
Manhãs de Inverno, claras e frias. O Sol coado pelas persianas, ainda baixas.
Ouço a água a correr de um duche.
Alguma paz e serenidade, neste Natal mais vazio.
Os sons da vida que continua, as cores de um mundo que não parou.
Como se não houvesse nada que ficasse, como se nada fosse perene.
Camille Claudel
Tenho, por diversas vezes, aplaudido aqui o Teatro Meridional. E vou fazê-lo de novo.
A Grande Reunião, com texto de Mário Botequilha e encenação de Miguel Seabra, é extraordinário, dos melhores espectáculos que já vi.
Um grande texto, sarcástico, verrinoso, cómico, profundo, aproveitando as palavras e referências várias, até de John Lennon, numa crítica certeira e mordaz à nossa sociedade desigual e cruel, com uma beleza e uma elegância incríveis.
Um conjunto de grandes actores, uma atmosfera sonora a condizer e uma cenografia minimalista, é tudo grande.
O Teatro no seu melhor. Parabéns ao Teatro Meridional e a todos os que com ele colaboram e nos dão estes fantásticos momentos, em que nos olhamos ao espelho e por dentro, em que nos espantamos e emocionamos.
Vão ver. Já só têm uma semana.
Sinopse
Estamos à beira do colapso da civilização, tal como foi pensado pelos Pantalones. Eles são os sovinas ultra-ricos da Commedia dell’Arte e controlam as tecnologias, o dinheiro, o cerne das nossas vidas. Os Pantalones dominam toda a informação que circula em todo o mundo entre todas as pessoas e programaram uma tempestade perfeita que faz coincidir a ruína económica, o desastre ambiental e as ditaduras populistas. Mas este desastre é só para os outros: os Pantalones têm tudo pensado para se porem ao fresco assim que a sociedade mergulhar no caos, uma estratégia pantalónica circunscrita a 1% da população mundial. Tudo isto é decidido num encontro muito exclusivo a que apenas os multimilionários e poderosos Pantalones têm acesso. Bem-vindos à Grande Reunião.
Ficha Artística
Texto: Mário Botequilha
Encenação e desenho de luz: Miguel Seabra
Interpretação: Carlos Pereira, Catarina Mota, Diana Costa e Silva, Emanuel Arada, Henrique Gomes, José Mateus
Espaço cénico e figurinos: Hugo F. Matos
Música original e espaço sonoro: Rui Rebelo
Assistência de encenação: Nádia Santos
Direção de cena, assistência de cenografia e montagem: Marco Fonseca
Montagem e operação técnica: André Reis
Assistência de produção e comunicação: Rita Mendes e Teresa Serra Nunes
Produção executiva: Susana Monteiro
Direção de produção: Vanessa Alvarez
Direção artística Teatro Meridional: Miguel Seabra e Natália Luiza
Van Gogh
Perdida nas palavras que me faltam
no opaco da névoa da tristeza
perdida no silêncio que me envolve
agarro alguns pontos de luz
aqueles com que polvilhaste o meu caminho.
Ainda não conheço o desenho certo
mas hei de lá chegar.
Um dos Homens a quem devemos a Democracia e a Liberdade. E que nunca desistiu.
Adenda: Mário Soares não terá sido o autor desta frase e deste lema de vida, mas fê-lo seu. Salgado Zenha, seu grande amigo durante tantos anos, e outro grande lutador pela liberdade (em quem votei nas eleições presidenciais), repetia esta, como outras frases slogans de vida., que sempre seguiu.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
À venda na livraria Ler Devagar