Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Alargo no peito os abraços do mar
Dissolvo no sal as angústias de ser
Nas ondas da vida o cansaço de dar
Nas dobras do medo o soluço de ver
Não tenho do tempo uma agenda guardada
Nem marcas carícias ternuras ou cardos
Aceito do vento essa voz torturada
De ramos e pombos que crio e resguardo
Os dias são poucos mas tantos sinais
Na terra nos corpos nas almas distantes
Que faltam que sobram que prendem demais
Gritos solitários de velhos amantes
Alargo no peito o cansaço da vida
Dissolvo no tempo o soluço de amar
Nas ondas do mundo já estou de partida
Nas dobras do vento afundo no mar
Disseram-me que era de pedra, o nosso amor de aventurina verde.
Disseram-me que tanto se tinha colado que se tinha fundido e petrificado, com alguns escolhos no interior, um verde pintalgado de outras cores, textura pétrea, daquelas que não se quebram.
Assim foi, até agora, e assim acredito que continue. Uma aventurina que se vai continuando, nós a petrificar e a encolher, dando frutos a quem cresce e a quem se forma, papoila, rosa ou jacarandá, ou texturas ainda mais suaves que ainda estão no início da Primavera.
Disseram-me que era de pedra e na macieza das tuas mãos, na quentura da tua presença, eu afinal vou derretendo e espalhando, buscando insistentemente esta aventura de vida, uma aventurina bem esperançosa.
Desde a tomada de posse do novo governo, vamos percebendo o estilo.
A demissão da Provedora da Santa Casa da Misericórdia com base em acusações gravíssimas de incompetência e favorecimento próprio, como aconteceu à Dra. Ana Jorge, deve fazer-nos prever o que se vai passar.
A forma como o Ministro das Finanças actual resolve mentir sobre as finanças públicas, para justificar a impossibilidade de cumprir todos os desmandos de promessas feitas em campanha, é vergonhosa e tem consequências.
Isto são só dois exemplos. Não se vislumbra que haja capacidade para evitar eleições rapidamente. E não se vislumbra que o resultado seja melhor, muito pelo contrário.
Procuradora-Geral da República
A dissolução da Assembleia da República, motivada pela aceitação da demissão de um governo democraticamente eleito, alicerçado numa maioria absoluta, como resultado de uma investigação sobre corrupção ao mais alto nível (Operação Influencer), envolvendo o Primeiro-ministro António Costa, foi arrasada pela decisão do Tribunal da Relação de Lisboa.
Também na Madeira foi decidia a dissolução do Parlamento Regional, também em consequência de um processo judicial de corrupção envolvendo autarcas e empresários, alguns dos quais detidos 21 dias em prisão preventiva.
Não tendo havido, até à data, qualquer desenvolvimento que se entenda justificar as acusações do Ministério Público, a consequência mais imediata foi um verdadeiro golpe de estado judicial.
Até hoje não houve qualquer explicação da Procuradora-Geral da República, apesar de cada vez mais personalidades falarem em erro grosseiro da parte do Ministério Público. Tanto quanto sabemos, todos estes meses passados, António Costa ainda nem sequer foi ouvido no âmbito do processo que vai continuar.
Assistimos a um desmoronar da credibilidade das Instituições, à substituição da vontade popular livremente expressa por decisões judiciais, o que tem consequências óbvias, nomeadamente a instabilidade política instalada e a cada vez mais duvidosa separação de poderes.
É claro que são os populistas que lucram com esta situação. E por isso ouvimos atónitos à acusação de traição à Pátria feita por André Ventura no discurso da cerimónia solene comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril de 1974. E também a uma queixa contra o mesmo Presidente da República, pela mesma acusação, que teve que ser debatida no Parlamento.
Não há pingo de vergonha nestas pessoas. Nada as impede de emporcalhar as Instituições. Cabe-nos a nós percebê-lo e condená-lo.
Kaari Upson
Muitos, todos, nos sonhos e nas velas, no trabalho e no descanso, nas brincadeiras e nos ralhetes, momentos de enorme e profunda felicidade, momentos de abismal e eterna tristeza e solidão.
Mães uns dos outros, a quem sabemos um colo ou uma farpa quando precisamos, em grupos misturados de tecnologia e abraços, de palavras, de sentimentos.
Para todas as mães e pais, que dividem esta condição ampliando-a, que se multiplicam em múltiplos deles próprios para o serem, para o aprenderem, para a incontornável e incomensurável tarefa de ajudar a criar alguém, que saboreiem este como os outros dias que foram e que serão seus.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
À venda na livraria Ler Devagar