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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Trio Amadeus
Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Para o meu
Para o meu amor passar
Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
É porque
É porque te quero bem
É difícil falar do recital de Natália Luísa e Rui Rebelo, no Teatro Meridional.
É difícil encontrar palavras para esta celebração da palavra das poetas dos vários espaços da Lusofonia.
É difícil explicar o sentimento de pertença, a sensação do maravilhoso, o escutar da voz da Natália tão bem acompanhada pela discreta e simples música de Rui Rebelo, da luz, do cenário, da elegância, da sensibilidade, da qualidade e variedade dos poemas ditos, interpretados, vividos.
Mas é muito fácil saber o porquê desta magia, do encantamento em que nos envolve a Natália. Do trabalho de pesquisa, da beleza de tudo o que faz.
E é fácil encontrar o espírito de luta, irmandade e solidariedade, mesmo na solidão e na revolta.
Que grande espectáculo, simbolicamente dedicado às mulheres iranianas.
Parabéns ao Meridional, ao Rui Rebelo e, sobretudo, à Natália.
Que privilégio poder assistir a este Recital!
O primeiro mudou o mundo que sobrou após a II Guerra Mundial. A segunda viveu todas as transformações dos sécs. XX e XXI, assistindo à perda de hegemonia do Reino Unido, culminando no Brexit. O terceiro mudou o cinema.
Pela importância mediática, dir-se-ia que a Rainha Isabel II terá sido aquela que maior marca deixou.
Para mim, sem negar a importância de qualquer deles, real ou simbólica, é triste ver partir uma figura como Gorbachov quase sem ninguém notar. Considero-o uma das mais importantes personalidades do séc. XX.
*Os Lusíadas - Luís Vaz de Camões - Canto I
Podemos caminhar, passo a passo. As nuvens desenhando sentidos e possibilidades, algumas certezas, na maior parte das vezes cinzentas ou negras. Umas tapam o sol, outras nem sombra acolhem.
Podemos dormitar, música ao fundo, tentando ordenar o que vem aí. Parece que o passado (ou os passados) nem sequer existem. Sucedem-se a grande velocidade e com grande intensidade, sem deixarem marca duradoura embora parem a respiração.
Mas os futuros que antevemos são enevoados, difíceis de orientar, difíceis de vislumbrar.
Pesam os anos e o corpo. O que ficou de tantos antes, o que ficará dos poucos depois?
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