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Conheci alguém que, de cada vez que fazia anos de casada, aparecia com uma joia nova, com muito ouro e muitas pedras preciosas, predominantemente brincos e anéis, que eram a prenda que o marido lhe dava pelo aniversario de casamento. Outra conhecida, bastante bem humorada e verrinosa, lançou o boato de que era a própria aniversariante que comprava as joias e não o marido, que não parecia nada o género comprador de ouros e que, para além do mais, tinha toda a pinta de nem se lembrar sequer da data.
Isto vem a propósito de hoje fazer 35 anos de casamento. É obra! 35 anos é já uma eternidade!
A internet diz-me que aos 35 anos se celebram as bodas de coral, nos sites brasileiros a que fui parar nesta importante pesquisa científica. E coral porque os corais marinhos levam anos a formar-se. Bem, de facto 35 anos já deve dar um belo coral terreno, já um ecossistema bem organizado e estável.
Decidi que este ano, para comemorar tanta construção e maturidade em união casamenteira, era a altura certa para o meu espantado marido me ofertar um colar, um anel ou uns brincos de intenso, duro, e intrincado coral. E decidi ainda que, tal como o boato que circulava em relação à pessoa que conhecia, seria eu própria a comprar as ditas joias, já que o meu querido marido achou que eu tinha endoidecido, pois nunca em 35 anos de casamento me viu querer qualquer adorno desse tipo, sendo mesmo militantemente contra as arrecadas e semelhantes.
Ao passar em frente a uma loja que vendia artefactos com cristais coloridos, comprei um colar, uns brincos e um anel, não de coral mas multicolores, para compensarem todos os outros anos, para além de anteciparem todas as próximas bodas até às de ouro.
Ele gostou e eu estou muito contente.
O resto do dia foi típico de um casal com 35 anos, resolvendo assuntos domésticos e empresariais, sempre a dois, amparados pelos intervalos gastronómicos, olhares e cantaroladas de paz e harmonia, pois que em dia de aniversário outra coisa não se espera.
Céu azul com algumas nuvens, numa viagem sem grandes sobressaltos, com exceção daqueles que mantém o coral vivo e a crescer.
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