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Avenida

por Sofia Loureiro dos Santos, em 25.04.21

cartaz-vieira-1-site.jpg

Maria Helena Vieira da Silva

 

Vou florir na avenida

De cravos brancos ao peito

Que o encarnado da vida

Trago de vestido inteiro

 

Vou cantar na avenida

Os sonhos da liberdade

Que a canção da minha vida

Vai gritando a realidade

 

Vou correr pela avenida

Atrás da felicidade

Que esta profunda corrida

Nunca passa da metade

 

Vou marchar na avenida

Com bandeiras sem idade

Que não me dou por vencida

Na manhã da eternidade

 

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publicado às 11:09

Manhã da madrugada inaugural

por Sofia Loureiro dos Santos, em 25.04.21

cravos vermelhos.jpg

 

Manhã da madrugada inaugural
De um tempo claro liso branco
De uma nova e luminosa vida
Ainda que dorida
Ainda que sofrida
Bem vinda
Liberdade.

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publicado às 09:59

Cantigas do Maio

por Sofia Loureiro dos Santos, em 24.04.21

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publicado às 17:38

Quatro quadras soltas

por Sofia Loureiro dos Santos, em 24.04.21

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publicado às 17:31

Liberdade

por Sofia Loureiro dos Santos, em 24.04.21

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publicado às 17:14

Epigrama

... lá dizia Bocage

por Sofia Loureiro dos Santos, em 11.04.21

bocage.jpg

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publicado às 18:27

Traições

por Sofia Loureiro dos Santos, em 11.04.21

socrates.jpg

Só agora começou

 

Atraiçoada é exactamente o sentimento que define o que, durante algum tempo, senti em relação a José Sócrates.

Fui eleitora de Sócrates para Primeiro-ministro nas duas eleições em que ganhou, primeiro em maioria absoluta e depois em relativa. Defendi as políticas de saúde e de educação dos seus governos, as opções estratégicas pelas energias renováveis, a aposta na literacia digital e nas tecnologias de informação. Ainda hoje defendo tudo isto.

Indignei-me com as manipulações políticas, as falsas acusações, as fugas de informação, a inacreditável forma como foi preso em directo. Tudo o que escrevi sobre o assunto, mantenho.

No entanto foram as suas palavras, as suas justificações, as suas alegações e as suas mentiras que me deixaram boquiaberta, que me deixaram indignada de novo, mas com a minha própria ingenuidade. Como me foi possível, a mim e a tantos outros, sermos tão redondamente enganados pela sua personalidade? É claro que fiz e faço um julgamento moral da sua pessoa, do seu carácter, e da sua falta de vergonha para afirmar que foi afirmando.

E por isso, se calhar como tantos outros, me senti atraiçoada naquilo que, para mim, era uma questão de honra, de probidade de quem nos governa. Não é preciso santidade nem virtudes robóticas e enganosas. Nunca confiaria em alguém sem mácula nem vício, porque as pessoas são uma mescla de tudo e tudo é necessário para se ser inteiro. Mas afirmar que se sente atraiçoado pelo partido parece-me uma tal forma de alheamento da realidade, de desconhecimento da sua própria pessoa, para não dizer de desfaçatez e falta de vergonha, que me custa a entender.

Não é fácil admitir perante nós próprios as nossas fraquezas e defeitos, as nossas ingenuidades e faltas de sagacidade. Mas não é possível fingir que as somas em dinheiro vivo trocadas entre Sócrates e o motorista, as justificações sempre diferentes da proveniência do dinheiro, primeiro da mãe, depois do amigo, o facto de guardar obras de arte em casa dos empregados, enfim, tantos e tão profusos disparates debitados ao longo destes anos que a ninguém convencem.

A Justiça tem o seu papel e ninguém deve ser condenado em praça pública. O que se passou e passa no caso do ex-Primeiro-ministro é um susto para qualquer cidadão. Mas não podemos fechar os olhos e os ouvidos ao que o próprio nos ofereceu e oferece. E não é bonito. Não são estas as características que desejo para alguém que nos represente e governe.

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publicado às 16:21

Justiça

por Sofia Loureiro dos Santos, em 10.04.21

Ao fim de 7 anos de prisão em directo, fugas de informação, escutas e julgamento na praça pública, o Juiz Ivo Rosa destroçou as acusações do Ministério Público, muitas delas já prescritas aquando da acusação. Culpado ou inocente, ninguém merece que isto lhe possa acontecer.

É tudo muito mau, seja qual for o ângulo pelo qual se tente olhar.

Nem José Sócrates e os outros acusados saem ilibados dos crimes de corrupção, nem o Ministério Público sai ilibado de incompetência. Os populismos têm uma época cheia, destilando o ódio aos políticos, aos magistrados, aos juízes, a tudo e a todos.

Ninguém se pode sentir seguro com uma justiça que funciona desta forma. A democracia está mais frágil.

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publicado às 19:44

Páscoa

por Sofia Loureiro dos Santos, em 04.04.21

ultima ceia.jpg

Última Ceia

Isabel Catarrilha Pires

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publicado às 15:16

Trava-línguas pascal

por Sofia Loureiro dos Santos, em 02.04.21

pascoa 2021.jpg

 

Um dois três

quatro cinco seis

vamos ter festa

e não é de Reis.

Sete oito nove

dez onze doze

amêndoas não tenho

que ninguém as trouxe.

Treze catorze quinze

dezasseis dezassete dezoito

mas em vez delas

comprei um biscoito.

 

Dezanove vinte vinte e um

foge cabritinho

que já estás gordinho.

Vinte e dois vinte e três vinte e quatro

vamos embora

que está na hora.

 

Já se faz tarde

nesta vidinha

o que vai dar

não se adivinha.

Besunta a forma

espreme o limão

à nossa retoma

de escravidão.

Sopra no forno

limpa a colher

que não há retorno

vamo-nos benzer.

Cristo confina

confino também

a alma definha

e fica refém

do corpo dobrado

que não se sustém.

 

Recolhe a esmola

que sem vintém

ninguém se consola

e esta revolta

já não se detém.

 

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publicado às 13:54


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